GAYS, LÉSBICAS, HOMENS E BISSEXUAIS VIVEM A MISTURA DOS GÊNEROS EM SALVADOR

Genilson Coutinho,
05/02/2011 | 18h02

GAYS, LÉSBICAS, HOMENS E BISSEXUAIS VIVEM A MISTURA DOS GÊNEROS EM SALVADOR


Por Marcelo cerqueira

Uma moça jovem, recém casada com um marido lindo, pai carinhoso atencioso acabou de descobrir que o seu amado não era heterossexual. Ela havia casado com ele nessa expectativa de que ele seria bissexual, quando foi surpreendida por uma possível traição de seu amado com uma mulher.

Mulher não! Disse ela e por isso resolveu acabar o matrimônio porque pensava ela ter casado com um bissexual, traição com homens pode, com mulher, não pode. Essa não é uma parábola é uma situação real que aconteceu em Salvador. Isso serve como tecido de fundo para expressar a grande geléia geral que vivemos em relação a sexo e sexualidade, gêneros e papéis sexuais.

A mais de quinze anos trabalhando na noite a gerente de uma badalada casa noturna de Salvador  tem muitas histórias para contar sobre os personagens que circulam na noite. Ela disse que só freqüenta ambientes GLS seja por trabalho ou diversão. Conta pasma que nunca viu tanta confusão como nos dias atuais em relação a esses comportamentos que antes não eram tão rígidos e definidos, gay era gay, lésbica idem e homem era bofe. Hoje não se tem muita clareza de quem é quem mesmo. “Eu vejo tanta coisa, gays beijando lésbicas, homens bofes saindo com gays, com lésbicas, o povo se agarrando é uma coisa, agente não sabe mais quem é quem hoje”, diz estranhando esses avanços coisa que há quinze anos não era assim. “Eu sou hetero e solteira, mas vivo no mundo gay, já me acostumei a isso, mas às vezes fico sem saber o que fazer, especialmente quando se refere a mim, quando quero dar uma investida também”, desabafa.

E os homens? Eles se dizem heterossexuais e adoram a cena gay. Usam roupas que confunde como camisetas coladas ao corpo, calças justas, falam com linguagem especifica,interagem, fazem, ou melhor, querem é causam! Quem consegue entender o coração masculino? Gays e mulheres adoram porque aumenta a oferta. Eles comparecem aos ambientes trazidos pelos amigos que já freqüentam e o estimulo maior é pegar mulheres bissexuais que também preferem esse tipo de homem ao invés de se aventurarem em boates consideradas de heterossexuais. É o caso de Carlos José, 28 anos, corpo definido em academia de ginástica que diz gostar de freqüentar esses ambientes aos heterossexuais por ter mais chances de se dar bem com as mulheres. “Eu colava e beijava as duas ao mesmo tempo. Nessas boates é melhor para esquema que bar de hetero”, disse informando não se incomodar nem com cantadas dos gays e nem que pense que ele seja gay.

Muitos desses homens também não se incomodam em se relacionar com outros homens, seja por tesão, curiosidade ou por algum tipo de interesse financeiro. Já no lado social eles gostam dos gays porque tem a idéia de que gays sempre andam com mulheres gostosas, lésbicas, bissexuais ou hetero. Para eles todos gays tem amigas gostosas e presas sexuais relativamente fáceis. As mulheres também não ficam atrás, elas também causam. Uma atraente jovem estudante universitária de Salvador se declarou bissexual e disse ter preferências sexuais em relação a homens e mulheres. “Eu sou bissexual, acho, que sou. Quando quero uma pegada sexual forte procuro homem, quando quero algo mais delicado, mais sensível procuro mulheres”, disse a jovem indicando que seria fazes de sua vida e não se importa em dividir o seu parceiro com outro homem ou com outra mulher. Muitas vezes elas acabam escolhendo a mulher e dividem com o parceiro sexual. Os homens adoram isso e nem se importam se existem outros homens gays na situação.

O professor Ricardo Liper faz um olhar critico sobre essa liberdade sexual. Para ele os “limites sexuais não são muito fixos, e hoje com uma maior liberdade sexual as pessoas tendem a varias e diversificadas experiências sexuais”. O professor é categórico em afirmar que “Pode ser uma fase, pode quer  que não e hoje cada um cria seus próprios mapas e caminhos…”, disse. Liper acredita que embora isso não seja uma regra geral ou seja, um comportamento praticado pela maioria das pessoas sexualmente ativas.

O professor se mostra meio cético em relação à bissexualidade e acredita que esse comportamento não seria algo levado apenas pelo prazer sexual. Existem outros fatores que interagem como o assédio aos mais belos pelos dois sexos, culpas facilidades encontradas em virtude desse comportamento e acabam cedendo às pressões dos dois lados. No final, acreditando o professor que toda essa busca faz parte da construção individual de cada um, que algum lado devera ficar mais claro ao longo do tempo.

Marcelo cerqueira é o atual presidente do GGG Grupo Gay da Bahia

Fonte: GGB