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Teatro

Fiac começa hoje e segue até domingo com 14 espetáculos encenados em Salvador

Genilson Coutinho,
25/10/2016 | 08h10

No espetáculo Nós, do Grupo Galpão (MG), alimentos manejados por atores no palco são servidos aos espectadores, que são provocados a pensar sobre questões políticas bastante atuais (Foto: Guto Muniz/ Divulgação)

 

O FIAC Bahia 2016 terá começa nesta quarta-feira (25), às 10h, com a 3a edição do Seminário Internacional de Curadoria e Mediação em Artes Cênicas ocupando o Goethe-Institut. Às 20h, no Teatro Vila Velha, acontece a abertura oficial com o espetáculo Nós, do Grupo Galpão (MG), convocando logo de cara o público a entrar em cena. Gerada após um mergulho radical na experiência de mais de 30 anos do Galpão, a 23ª montagem da companhia tem direção de Márcio Abreu e patrocínio da Petrobras, e surge para debater questões como a violência e a intolerância, a partir de uma dimensão política. Neste trabalho, somos todos levados a presenciar situações de opressão e de convívio com a diferença, provocadas pelas relações de proximidade entre artista e espectador, ator e personagem, cena e plateia, público e privado, realidade e ficção. Nós chega ao FIAC Bahia pouco tempo depois de sua estreia nacional, realizada em abril deste ano.

Não Tenho Vergonha do Meu Passado Comunista, de Sanja Mitrovi: debate sobre o passado político da antiga Iugoslávia (Foto: Marko Berke/ Divulgação)

A partir da noite de estreia, o festival se espalhará por 12 espaços de Salvador: além do Teatro e Pátio do Goethe-Institut, e Teatro Vila Velha, as atividades serão realizadas no Teatro Castro Alves, Teatro Martim Gonçalves, Espaço Cultural Barroquinha, Teatro Martim Gonçalves, Teatro Experimental, Teatro Gregório de Mattos, Casarão Barabadá, Casa Preta, Coaty e Oliveiras. A programação de cada espaço pode ser acessada também no site oficial do FIAC Bahia, no endereçowww.fiacbahia.com.br.

DIFERENTES VOZES – Para quem estiver na cidade, será a chance de (vi)ver pela primeira vez no país, por exemplo, montagens como I Am Not Ashamed of My Communist Past (“Não Tenho Vergonha do Meu Passado Comunista”, da diretora Sanja Mitrović – nascida em Zrenjanin, antiga Iugoslávia – e do ator sérvio Vladimir Aleksić) ou Trilogia Antropofágica: Ato I – Permanecer e Ato II – Resistir (Tamara Cubas – Uruguai). Os três espetáculos estarão ao lado de outros que chegam pela primeira vez na Bahia, depois de conquistar críticas elogiosas em suas respectivas temporadas: Amadores (Cia. Hiato – SP), OE (Eduardo Okamoto – SP), Villa + Discurso (Guillermo Calderón – Chile) e Antígona Recortada – Contos que cantam sobre pousospássaros (Núcleo Bartolomeu de Depoimentos – SP).

Pela primeira vez, solo baiano Isto Não É Uma Mulata será apresentado fora dos palcos; local escolhido foi o Casarão Barabadá, espaço de ocupação artística coletiva, centrado no feminino, que fica no Santo Antônio Além do Carmo (Foto: Andrea Magnoni/ Divulgação)

Da produção baiana estão na programação Cuspe, Paetês e Lantejoulas (Grupo de Dança Contemporânea da UFBA), Endogenias (Balé Teatro Castro Alves), Isto Não É uma Mulata (Mônica Santana), Mamba Negra: o Covil da Imperatriz Mavambo (Diego Alcântara), O Bobo (Teatro Terceira Margem), O Galo (OCO Teatro Laboratório) e Obsessiva Dantesca (Laís Machado), formando um grupo de trabalhos que dão corpo a diferentes vozes, mas que se agrupam pela coragem de debater e dar visibilidade a tópicos relacionados a engajamento social e a crises de representatividade. Trazem também modos de pensar dos atuais modelos de produção do fazer artístico, a partir do enfrentamento a questionamentos internos e a crises surgidas a partir do próprio modo de existir.

 

FIAC Bahia 2016

Data: De 25 a 30 de outubro, em Salvador.

Programação completa: www.fiacbahia.com.br