Fabety Boca de Motor fala ao Dois Terços. Confira aqui

Redação,
28/08/2012 | 15h08


A série de entrevistas com candidatos à Câmara Municipal de Salvador que o Dois Terços está promovendo nestas eleições continua. Nesta semana, o entrevistado é Fabety Boca de Motor (PSC) que, apesar de pertencer a um partido genuinamente cristão, ele defende a representação, no legislativo soteropolitano, da comunidade LGBT, na luta por mais espaços. Alem disso, ele garante que pretende priorizar o social.

Dois Terços – Porque esse nome Fabety Boca de Motor?

Fabety Boca de Motor – Já vou começar contando uma historinha. Esse nome se deu porque eu falo demais. Reivindico, grito, luto por uma vida igualitária a todos e meus ideais, e também na roda de amigos, os mesmos diziam que eu não deixava ninguém falar parecia um motor. Como meu nome é Fabio, fizeram a junção Fabety Boca de Motor.
DT – Como nasceu o desejo de se candidatar?
FBM – Foi quando vi a dificuldade, a priori, do meus bairro, e ninguém para apoiar, como exemplo as ruas sem asfalto digno, escolas municipais no qual eu estudei se fechando, deixando crianças sem estudar. A partir desse momento que criei o interesse. Assim uni um grupo de pessoas para fazer ações sociais, eventos sem apoio público, para atender algumas das necessidades do meu bairro.
DT – Qual a importância de um representante LGBT no legislativo municipal?
FBM – É constituir propostas com o objetivo de defender todo o movimento LGBT lutando por mais espaço, por direitos iguais entre toda sociedade. Com esse espaço dentro do legislativo, eu, junto com outros representantes do movimento LGBT e o GGB, vamos unir forças para uma sociedade igualitária e respeitando cada um seu espaço. Dessa forma, acredito que com o tempo toda sociedade ou parte dela, vai aprender a conviver com as diferenças.
DT – Quando você iniciou sua militância no movimento LGBT?
FBM – Há mais ou menos 12 anos, quando me formei como árbitro de futebol, uma profissão considerada como “hétero” e um tanto machista em relação à minha orientação sexual, onde senti o preconceito na flor da pele. Foi aí que decidi criar a Associação LGBT “É pra fazer”, a qual sou vice-presidente e, em conjunto com a Associação, organizo a Parada da Diversidade da Cidade Baixa, que já está na 5º Edição.
DT – Quais suas prioridades se for eleito vereador de salvador?
FBM – Sendo eleito vereador, as minhas prioridades é representar a sociedade constituindo propostas de melhorias nas condições de todos. Sem discriminação entre etnias, gêneros, religiões e classe sociais. Assim, estarei trabalhando para toda Salvador. Focando com mais objetividade no social e movimento LGBT, pois sou homossexual assumido, me sinto na obrigação e no dever de lutar pelo movimento e pelos menos favorecidos.
Também pretendo expandir meus projetos a todos os bairros, principalmente os mais carentes, não esquecendo nunca da Cidade Baixa (Península Itapagipana), onde vou levar infraestrutura, segurança, esporte, saúde e lazer cultural, dando oportunidade para todos, sem dá vazão à marginalidade
Continuar também as arrecadações de alimentos para creches, casas do idoso, e instituições beneficentes, e para família de baixa renda sem oportunidades através de eventos beneficentes no qual já venho fazendo há tempos.
DT – Cite alguns projetos que você deseja levar à Câmara. Um vereador gay poderia ajudar na luta contra o preconceito? Como?
• Criar a Academia Popular com uma parceria com as Faculdades de Salvador do curso de Educação física e Fisioterapia assistência social estagiar dando oportunidades e experiência aos mesmos, e em contar partida, dando a todos soteropolitanos jovens e os idosos e toda periferia um acompanhamento e instrução, levando qualidade de vida a população.
• Criar uma mudança na constituição para que só pague passagem de ônibus crianças a partir de 9 anos.
• Apoiar as associações que já trabalham com público de baixa renda, dependentes de álcool, dependentes de drogas, entre outros, para que dê um apoio moral à família, abatimento isenção para empresas que empregue essas pessoas, assim alimentando a alto estima das mesmas e fortalecendo o segmento.
• Criação de Secretarias Municipais de Enfrentamento contra Homofobia, que teriam como principal missão monitorar a implementação de políticas públicas, acompanhar ocorrências de violências homofóbicas para evitar a impunidade e trabalhar para a sensibilização dos poderes públicos.
Um vereador Gay, sem dúvida, vai e deve ajudar a combater o preconceito agregando valor à causa da seguinte forma: contando com o apoio de todos os representantes do movimento LGBT dentro do legislativo, unido forças esquecendo as brigas partidárias, focando nosso grande objetivo que é a população de Salvador, buscando uma sociedade igualitária.