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Estudo do GEMAA apresenta o perfil da população transexual nas universidades federais no país

Redação,
26/02/2021 | 18h02

A partir da análise dos dados da V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior Brasileiras¹, realizada em 2018, o GEMAA apresenta infográfico com informações sobre estudantes trans das universidade federais do país. Após ajustes de ponderação amostral, os dados correspondem a 2.924 pessoas e apresentam estimativas coerentes com os totais populacionais.

Destacamos, neste trabalho, o perfil de pessoas trans universitárias no que ser refere a gênero, raça, renda, acesso a políticas de assistência, áreas de conhecimento e engajamento em movimentos sociais.

[1] ANDIFES (2019) V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos (as) Graduandos (as) das IFES – 2018

A maior parte delas é negra, perfil que abrange 58% da amostra. Em relação ao gênero, há uma distribuição equiparada entre homens e mulheres.

Quanto à renda familiar, independente da raça ou gênero, há uma concentração de 76% na faixa até 1 e meio salário mínimo per capita.

No entanto, nota-se também que pessoas negras tendem a ter percentuais menores nas faixas de renda acima de 1,5 salários mínimos per capita.

Em geral, 29% dos(as) estudantes entrevistados(as) têm ou tiveram acesso a algum Programa de Assistência Estudantil durante a graduação. Entre as pessoas trans esse número chega a 3% e, entre pessoas trans negras, a 38%.

As políticas de assistência mais utilizadas pelas pessoas trans estão relacionadas à permanência na universidade e a cuidados com a saúde mental:

Os cursos das áreas de Ciências Humanas (21%), Ciências Sociais Aplicadas (17%) e Ciências Exatas e da Terra (15%) acumulam mais da metade (54%) da amostra de pessoas trans universitárias.

No que se refere a ativismo, pessoas trans se engajam quase 2x mais que pessoas cis. Enquanto o segundo grupo tem adesão de 28% em algum tipo de Organização Social, a proporção chega a 45% entre pessoas trans. Entre homens trans a participação em movimentos sociais alcança 50%. 

Os Movimentos LGBTI+ são os que agregam mais participantes, reunindo 29% da amostra. Movimentos Estudantis (10%) e Feministas (9%) completam o top 3.

Sobre o GEMAA: O Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa é um núcleo de pesquisa com inscrição no CNPq e sede no IESP-UERJ. Criado em 2008 com o intuito de produzir estudos sobre ação afirmativa a partir de uma variedade de abordagens metodológicas, o GEMAA ampliou sua área de atuação e hoje desenvolve investigações sobre a representação de raça e gênero na política e em diversas instituições e mídias (jornalismo, cinema, telenovelas, revistas, videogames). Além das atividades de pesquisa, o grupo também realiza eventos, debates e cursos.