Notícias

Estudante gay é impedido de doar sangue no Rio

Genilson Coutinho,
28/10/2016 | 23h10

Um ator com relacionamento estável há cinco anos com seu marido foi impedido de doar sangue. O caso ocorreu no Hemonúcleo do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro.

Segundo o jornal O Dia, Felipe Valle, de 23 anos, foi até lá para doar sangue para um amigo que está internado na unidade com leucemia mieloide aguda. “Fiz o procedimento de praxe. Respondi o questionamento e coloquei que eu era homossexual”, contou.

Depois, uma enfermeira o questionou se ele gostaria de se cadastrar para doar a medula óssea e Felipe aceitou. No entanto, em certo momento, ele foi chamado à sala por uma médica que assim que leu no questionário preenchido que o rapaz é gay, disse que não poderia receber sua doação.

“Fiquei perplexo com aquela atitude do hospital. Não estou triste com ela (a médica), pois acredito que ela foi treinada para fazer isso. Fico triste pelo hospital. Acham mais importante discriminar cidadãos do que salvar as vidas que estão se perdendo por causa dos bancos de sangue vazios”, contou o jovem, que estuda processar o hospital.

A portaria 1.353 do Ministério da Saúde, que regula os procedimentos hemoterápicos, diz no Artigo 1º, Parágrafo 5º, que “a orientação sexual —  heterossexualidade, bissexualidade, homossexualidade —  não deve ser usada como critério para seleção de doadores de sangue, por não constituir risco em si própria”.

Já o Artigo 34, que determina a seleção de doadores, considera candidatos “inaptos temporários por 12 meses” os “homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais destes”.