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Espírito Santo tem 1ª exposição de fotos de travestis e transexuais

Genilson Coutinho,
31/08/2016 | 17h08

Abertura será nesta quarta (31) (Foto: Divulgação/ Gold)

Homens, mulheres, pais, idosos, surdas, cadeirantes, prostitutas. A diversidade da população travesti e transexual capixaba é retratada pela primeira vez na mostra “Projetando Identidades”, no Museu Capixaba Do Negro (Mucane), no Centro de Vitória.

A abertura acontece nesta quarta-feira (31) às 19h e a mostra pode ser visitada até o dia 30 de setembro. No evento, acontecem apresentações culturais, com a companhia de dança Motumbaxé e o artista de rua Ariel Baha.

As fotografias foram coletadas diretamente com as pessoas retratadas, que eram incentivadas a enviar selfies ou fotos tiradas por amigos.

“A intenção da exposição é trazer uma autoestima para essa população que é negligenciada nas políticas: na cultura, na educação, no esporte, na saúde…”, enumera a diretora do Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold) Deborah Sabará.

Ela conta que a proposta foi feita pela página da associação no Facebook e teve adesão de moradores de várias partes do estado.

O resultado desse passo para a inclusão já começa a ser sentido. “Ouvi de uma travesti ‘eu vou convidar a minha mãe’. Isso para nós tem um significado importantíssimo, porque conheço o contexto da vida dela, apesar de todas as críticas ela quer mostrar que esse pode ser o seu momento, que ela existe e tem direito como qualquer outra pessoa”, comentou.

Para Deborah, a mostra também é importante por fazer um mapeamento quantitativo das travestis e pessoas transexuais do Espírito Santo.

“Muita gente não tem ideia de como essa população é grande, por isso a importância de dar visibilidade. Além disso, é importante desconstruir o padrão homogêneo que existe no imaginário coletivo e mostrar que somos indivíduos diferentes entre si, com histórias e subjetividade próprias”, comentou.

O local escolhido para a exposição também não foi por acaso, além do grande número de negros entre os participantes, a diretora da GOLD ressalta que são os travestis e transexuais negros que mais sofrem preconceitos, pela LGBTfobia vir somada ao racismo.

Dados da transfobia

– Metade dos assassinatos de Pessoas Trans no mundo acontece no Brasil;

– 41% dos assassinados por LGBTfobia são travestis, mulheres transexuais e homens trans;

– A expectativa de vida de uma Pessoa Trans é de 30 anos de idade;

– Entre Janeiro de 2008 e Março de 2014, foram registradas 604 mortes de Pessoas Trans no país;

– Estima-se que 90% das Travestis e Mulheres Transexuais estejam se prostituindo.

Fonte: Associação Gold

Serviço

Projetando Indentidades

Visitação: 31 de agosto a 30 de setembro

Local: Mucane – Museu Capixaba Do Negro. Av. República, nº 121, Centro, Vitória

Entrada gratuita