Espetáculos com temática LGBT concorrem ao prêmio Braskem 2014

Genilson Coutinho,
17/01/2014 | 17h01

Depois de difundir informação, diversão e cidadania nos palco de Salvador, os espetáculos “Casulo: uma Intervenção Trans…” do diretor Ângelo Flavio, “Solo Almadóvar”, com texto de Vinnicius Morais e direção de Djalma Tuller, “Éramos Gays”, com texto de Aninha Franco e direção de Adrian Steinway, estão na lista dos indicados para a 21ª edição Prêmio Braskem de Teatro. Os espetáculos receberam indicações nas principais categorias da premiação, aumentando ainda mais a disputa em um ano em que os debates sobre diversidades, respeito e homofobia chegaram aos mais diversos públicos, fortalecendo ainda mais o papel da arte como instrumento de transformação social.

Sobre os espetáculos:

“Casulo”

O espetáculo “Casulo” apresenta o universo simbólico da população LGBT. Na história, Zsolo, um cantor de rock viril se apaixona pelo seu companheiro de trabalho, o músico Dhila, no entanto, o parceiro diz que a única forma dele ter ao seu amor correspondido é se o mesmo se transformar em mulher. Zsolo atende ao pedido do seu amor e se transforma na travesti Marion, causando no parceiro estranhamento e espanto, despertando, assim, a dialética da estranheza que o universo LGBT causa na sociedade. A peça conquistou 03 indicações, nas categorias de Melhor Espetáculo Adulto, Melhor Texto, e Melhor Ator para Ângelo Flávio.

“Sólo Almodovar”

Já a montagem “Sólo Almodovar” mistura ficção e realidade com humor e melodrama, traços típicos das obras de Almodóvar, ao debater temas comuns aos LGBTs e aproximar-se com a realidade na Bahia, através de referências a casos verídicos. A peça foi indicada nas categorias de Melhor Texto, e de Melhor Atriz para Simone Brault.

Joelma

A história de uma das primeiras transexuais da Bahia e do Brasil é contada no palco por meio do encontro da linguagem do teatro e do audiovisual no espetáculo teatral Joelma. Joelma revela a história da inadequação da transexual, que se compreende como uma mulher, nascida no corpo de um homem, no município de Ipiaú. Para além dos aspectos sobre sexualidade e gênero, a peça mostra outros aspectos da vida da personagem, que também é uma religiosa e dedica parte de sua vida à fé. Hoje, ainda viva, a mulher que deu origem ao espetáculo, tem 68 anos e vive numa casa, que é um misto de centro espiritualista e igreja. A dramaturgia ainda tem espaço para revelar aspectos de romance e o assassinato que estabelece uma trama “policial” na historia. Para Vidal, a montagem “traz uma historia de afirmação e reinvenção de si, mesmo em frente à preconceitos e injustiças, instaurando respeito e dignidade por uma postura ética de vida, que Joelma estabelece muito claramente em suas palavras e comportamento. O espetáculo foi indicado na categoria de melhor ator – Fabio Vidal .

Éramos Gays

Um gay que promete a São Sebastião tornar-se heterossexual para se salvar de um desastre aéreo. Um grupo de amigos cuja missão divina é tirá-lo do armário. Essa é a história do musical Éramos Gays, espetáculo que ganhou o PRÊMIO CIDADANIA EM RESPEITO À DIVERSIDADE, conferido pela Secretaria do Estado de Cultura de São Paulo e pela APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo). O musical assinado por Aninha Franco e direção de Adrian Steinway. O norte-americano, radicado em São Paulo, que trouxe sua experiência de grandes espetáculos como os badalados Fantasma da Ópera, Mamma Mia e no filme Essa Maldita Vontade de Ser Pássaro . O musical recebeu a indicação na categoria revelação para o ator Amaurih Oliveira.

Fotos: Genilson Coutinho

Veja aqui  todo os indicados da 21ª do Prêmio Braskem de teatro