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Teatro

Espetáculo “Saluba.Medeia” faz curtíssima termporada no Teatro Vila Velha

Genilson Coutinho,
13/06/2014 | 22h06

Victor Balde- Medeia Estreia-Baixa-10

SALUBA.MEDEIAé um espetáculo do GRUPO TEATRAL CAIXA CÊNICA, de Aracaju, depois de duas temporadas de grande sucesso em sua cidade natal, se apresenta em apenas dois dias, na cidade de Salvador, no Teatro Vila Velha, nos dias 13 e 14 de junho, sexta e sábado, às 20h

Após realizar apresentações de seu repertório com os recentes espetáculos Pela janela, e O natimorto – um musical silencioso, o Grupo Teatral Caixa Cênica realiza, juntamente com o diretor Celso Jr. o espetáculo SALUBA.MEDEIA, vencedor do prêmio Myriam Muniz – FUNARTE, 2012.

SALUBA.MEDEIA é uma versão inédita e contemporânea baseada no mito de Medeia, escrita e dirigida por Celso Jr. especialmente para o Grupo sergipano Caixa Cênica. A primeira vez que o mito de Medeia subiu à cena foi no ano de 431 a.C., em Atenas, através dos versos de Eurípides. A partir de então, a história da mulher que mata os filhos para se vingar do marido que a abandonou para se casar a filha o rei se tornou uma das mais encenadas de toda a história do teatro mundial.

Medeia é uma das personagens mais marcantes da galeria trágica grega. Movida pelo ciúme e por um intenso sentido de honra, ela não usa a força como arma de vingança, em vez disso, usa os poderes da persuasão e da feitiçaria para reparar a desonra que acredita ter sofrido, quando Creonte, o rei de Corinto, dissolve seu casamento com Jasão e o obriga a casar-se com sua filha, Creusa.

A ira de Medeia é avassaladora. Seu poder de destruição é dirigido a Creusa, a Creonte e, para aniquilar a alma de Jasão, acaba matando os próprios filhos.

Vários dramaturgos criaram versões diferentes para o mito de Medeia, através dos tempos. SALUBA.MEDEIA, criada para o Grupo Caixa Cênica, tomou como base a estrutura do texto escrito pelo autor latino Sêneca (c 4a.C – 65 d.C.), e emprestou fragmentos e trechos das versões de Heiner Müller (Medeamaterial), Chico Buarque e Paulo Pontes (Gota d’água), Valèrie Sigward (Medeia, a feiticeira) e algumas traduções da tragédia de Eurípides

A montagem de Saluba.Medeia buscou, a partir da pesquisa encomendada ao antropólogo baiano Breno Carvalho, relacionar aspectos da tragédia a comportamentos e histórias de mitos africanos. As personagens da tragédia são associadas, assim, a divindades do candomblé. Medeia, Jasão, Creonte e a Ama ganham as cores e elementos de Nanã, Oxaguiã, Omolu e Oxum.

“Saluba” ou “salubá” é a saudação feita a Nanã, quando ela se manifesta. Medeia, CRIADA PELO GRUPO CAIXA CÊNICA, é Nanã, ligada ao mangue, ao lodo, à argila. Jasão é Oxalá jovem, impetuoso e heróico. Creonte É Omolu: temeroso, desconfiado e cauteloso. E a Ama É Oxum E ressalta os aspectos maternais e sofridos Do ORIXÁ. Há ainda referências ao Mensageiro, LIGADO A Exu.

As referências à cultura afro-brasileira em ligação à mitologia Greco-romana podem ser observadas desde as cores dos figurinos até os adereços usados em cena, a música, composta especialmente por Alex Santana e Léo Airplane, bem como o trabalho corporal dos atores, que buscaram usar as características de cada entidade afro-brasileira para compor suas personagens.

SALUBA.MEDEIA se insere no repertório do Grupo Caixa Cênica e do diretor  Celso Jr. como mais um resultado da pesquisa sobre as relações amorosas, iniciada com a comédia FELICIDADE CONJUGAL – OU QUASE ISSO, espetáculo anterior do grupo, dirigido por Celso, estreado em 2010 e apresentado no ano seguinte, no Teatro Vila Velha. Desta vez, os caminhos tortuosos do amor levam à tragédia, onde são levadas à cena questões como o sentido da honra, o ciúme, o desespero, as relações com o poder e a violência.

 

SERVIÇO:

SALUBA.MEDEIA

Texto e direção: CELSO JR.

ÚNICAS APRESENTAÇÕES: 13 e 14 de junho, de 2014

Teatro Vila Velha

Sexta e sábado, às 20h

Ingressos: R$ 30 (inteira) – R$ 50 (meia)

Classificação etária: 12 anos

Duração: 50min

Realização: Grupo Caixa Cênica e Cia. de Artes Mafuá