Notícias

Em defesa da maior representatividade lésbica, Bian lança lyric clipe com um beijo entre garotas

Genilson Coutinho,
15/09/2016 | 10h09

A cantora, compositora, instrumentista e produtora carioca Bian, 21 anos, sempre sentiu falta de representatividade lésbica na música pop e, por isso, colocou uma dupla de atrizes dando um beijo intenso, dentro de um carro, em seu segundo videoclipe, “Move on”, uma música pra lá de malvada e distorcida que estará em seu álbum de estreia, em construção, com previsão de lançamento, ainda este ano, pelo selo Gomus Music. O vídeo traz a malícia e a sensualidade da música e foi gravado em um estacionamento deserto do Rio. “Mais do que um clipe da causa gay, é uma história de amor, com duas meninas vivendo a sua sexualidade de maneira empoderada”, explica Bian.

A faixa segue o caminho intimista, pop, eletrônico e um pouco glacial do primeiro single, mas também estão no ar certas doses de tensão e agressividade. Se, em “Hands”, em determinado momento da letra, percebia-se, de maneira muito sutil, uma dedicatória à namorada da cantora, Lu, “Move on” vem sem insinuações ou mensagens cifradas. “Girl I wannna get you down”, diz, em certo trecho. É nítida a química entre as atrizes Juliana Thiré e Gabriela Reis, que foram escolhidas justamente por serem gays, dentro da proposta de representatividade lésbica.

“O lyric clipe não conta uma história, quis mostrar apenas duas meninas vivendo sua sexualidade de forma natural, mas também fiz questão de que não fosse algo hipersexualizado, pelo contrário, é lúdico, bonito. Uma história de amor. Nós, lésbicas, temos poucas visibilidade e representatividade, é importante fazer clipes que ajudem a mudar isso”, explica. “A letra fala sobre duas pessoas que se amam, mas que não sabem se vão ficar juntas”. O vídeo foi dirigido pela dupla de diretores Neno e Fábio Santos, de 23 anos, a mesma de “Hands”, lançado em março deste ano.

Os efeitos de distorção são os responsáveis por toda esta tensão da faixa, em contraste com a delicadeza de “Hands”. Assim como no primeiro single, Bian usou e abusou de instrumentos musicais exóticos garimpados pelo mundo pelo produtor musical Guto Guerra, que assina a produção de “Move on” com Bian, durante as viagens do programa “Música na Mochila”. Estão em “Move on” o instrumento de sopro aborígene digderidoo e um hang drum asiático. O álbum está sendo gravado nos estúdios da Gomus Music, na Gávea, no Rio de Janeiro, e todos os singles estão disponíveis para download gratuito em http://bianmusic.com.

Sobre Bian

ian começou sua carreira artística assinando como Bianca, quando lançou as músicas “Chained” e “What if“, de sonoridade folk. que foram parar direto nas trilhas sonoras das novelas globais “Malhação” e “Verdades Secretas”, respectivamente. Com o novo nome artístico, Bian mostra um trabalho mais eletrônico, indie, pop e minimalista.

A cantora aprendeu as primeiras noções musicais, em casa, acompanhando o pai ao piano. Bian começou a estudar violão aos dez anos de idade, bateria, aos 12, no Centro Musical Antonio Adolfo, e compôs sua primeira cancão quando tinha 14. “Quando comecei a produzir, aprendi a ouvir música de outra forma. É importante se desligar da técnica e compreender a intenção artística do músico. Além de ser cantora, compositora e instrumentista, eu podia mergulhar muito mais no processo de criação musical, produzindo minhas músicas e colaborando com outros produtores”, conta.