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‘Eles estão confusos’, diz presidente do GGB sobre bancada evangélica na Câmara de Salvador

Genilson Coutinho,
08/12/2021 | 09h12
Foto: Arquivo Pessoal

Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB) e coordenador do Centro Municipal de Referência LGBT+ Vida Bruno, criticou, nesta terça-feira (7),  a bancada evangélica da Câmara Municipal de Salvador. O grupo discorda do termo “cultura LGBTQIA+”, que consta do projeto do Plano Municipal de Cultura, em trâmite na Câmara.

“Eles estão confusos. Melhor dizer bancada conservadora, pois são conservadores. Não querer aprovar um plano que veio da Fundação Gregório de Mattos e, antes da fundação fazer, ouviu a comunidade geral e também fez com base no Plano Municipal da Política LGBT, aprovado e que está em funcionamento. Então, é muito estranho que essses vereadores estejam contra esse plano na Câmara porque é uma coisa que já está na política municipal, já é parte. Qualquer situação que beire o retrocesso é uma perda muito grande para todo mundo”, explicou Cerqueira.

Se aprovado, o Plano Municipal de Cultura terá validade de dez anos na capital baiana, com metas que precisarão ser implementadas a partir de janeiro de 2022.  

“Esses vereadores têm que entender que foram eleitos pelo voto popular e dentro desses votos, têm votos de gays, lésbicas, travestis, de familiares de LGBTs. Então, eles têm que dar o retorno, a entrega – caso, entendendo esse projeto”, reforça Cerqueira. 

“Eles falam que não têm cultura LGBT, mas cultura, no geral. A descrição sociológica é que é toda e qualquer transformação do homem de forma consciente. Então, os LGBT têm uma cultura muito antiga em Salvador, que já vem de se vestir de mulher. Tem uma contribuição enorme com a linguagem. Em relação às artes plásticas, inúmeros artistas são LGBT. Sem falar de escritores, que temos inúmeros, antigos e contemporâneos. A musicalidade e os novos grupos que surgiram no Subúrbio. Como não dizer que tem cultura?”, questinou o presidente do GGB.

Além disso, Marcelo Cerqueira destacou a força da cultura LGBT no Carnaval de Salvador. “A cultura LGBT no Carnaval é muito forte, sobretudo nos blocos de travestidos. Tem o concurso de fantasia que entrou na programação oficial do Circuito Batatinha”, lembrou, antes de completar: “Nas quadrilhas juninas, tem a presença de travestis. Agora pode dançar com outro par masculino”. 

Para finalizar, Cerqueira afirmou que os “vereadores têm que ter uma aula de cultura e têm que ter uma aula do que as duas gestões de Neto [ACM] fizeram para a cultura, cidadania e luta LGBT, e o que a de Bruno [Reis] está fazendo. A prefeitura tem um centro de combate à LGBTfobia e, no entanto, [os vereadores] estão fazendo essa indelicadeza com o prefeito”.

Do Muito Informação