Dricka do Acarajé denuncia transfobia no bairro de São Cristóvão

Carlos Leal,
17/05/2024 | 13h05
Foto: Arquivo Pessoal

Na data em que celebramos o Dia Mundial da Luta Contra a LGBTQIAFOBIA, Dricka do Acarajé, mulher trans, presidente da Comunidade LGBTQIAPN+ do bairro de São Cristóvão, denuncia caso de transfobia em um supermercado local. Conhecida também por organizar as paradas LGBTs de São Cristóvão e Mussurunga, Dricka fez um desabafo: “Sou cliente do Forte Atacado Supermercado há muito tempo. Já aconteceu de algumas vezes eu pedir para ser tratada no feminino: sou Ela, não ELE. Isso nunca foi respeitado, mas essa semana me tiraram do sério. Fui passar minhas compras e precisei trocar um produto na hora, o que é comum. A operadora do caixa chamou a supervisora para fazer o cancelamento e disse ‘ELE quer trocar esse produto’. Repeti: eu estou cansada de falar a vocês quer não sou ELE, sou ELA’, foi como se mandasse repetir. A supervisora, que veio fazer o cancelamento disse, como se fosse para debochar ‘ELE não quer esse produto não, é?’ . Precisamos dar um basta nesse povo que nos desrespeita”, conta Dricka.
A baiana do acarajé enfatiza que não dá mais para aturar esse tipo de tratamento, o mundo mudou e os veículos de comunicação estão aí passando informações diariamente sobre o que é transfobia e homofobia. ”Transfobia é crime previsto em lei e está na hora de dar um basta nisso tudo. Também está na hora do poder público tomar partido. Eu, enquanto presidente da Comunidade LGBTQIAPN+ de São Cristóvão e co-participante do bairro de Mussurunga, tenho que me mobilizar e não deixar que isso aconteça com outras pessoas. Minha identidade existe e é afirmativa”, desabafa. Lembrando que a homofobia e a transfobia enquadram-se no artigo 20 da Lei 7.716/1989, a mesma que criminaliza o racismo.