Dois Terços fecha pelo segundo ano parceria com Observatório da Discriminação Racial.

Redação,
10/01/2013 | 11h01


O site Dois Terços fechou na tarde da última quarta feira (9), pelo segundo ano a parceria com o Observatório da Discriminação Racial, da Violência contra a Mulher e Combate a Homofobia da Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR) com objetivo de divulgar e receber denúncias através do “Fale Conosco” que serão enviadas para o Observatório para devidas providencias das vítimas agredidas física e verbalmente no circuito carnaval 2013.
No ano passado a equipe do site recebeu diversas reclamações e pedidos de informações sobre o Observatório e como proceder no caso de agressão, enviadas simultaneamente para equipe do Observatório.
Dias antes do carnaval o banner da campanha será vinculado no site, nas redes sociais, além de link direto para informações sobre as ações para o carnaval 2013, que este ano deverá trabalhar com um efetivo de mais de 100 pessoas que farão todo processo de registro das ocorrências e orientações no circuito e nos quatro postos fixo que serão divulgados em breve.
Para Genilson Coutinho, editor chefe do site, a participação do veículo é fundamental, pois além da informação existe um compromisso com as questões sociais em prol do cidadão LGBT.
“Estamos aqui não apenas como um site de informação,mas sim como uma ferramenta a disposição de toda forma de combate a violência e discrimação contra todos e todas. O espaço do nosso site é feito para servir e contribuir para visibilidade e construção de novos olhares e quebras de preconceito”, salientou Coutinho , que promete manter o soteropolitano e o turista por dentro das atividades do Observatório.

Sobre o O Observatório:

O Observatório da Discriminação Racial, da Violência contra a Mulher e Combate a Homofobia é um programa que tem como objetivo mapear dados que comprovem a existência de ações discriminatórias, sejam elas raciais, de gêneros ou homofóbicas. Este programa é uma ação da Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR), que propõe diminuir as desigualdades ocorridas durante a maior festa de rua do planeta.

Iniciado em 2006, o Observatório da Discriminação Racial, instalado no circuito Osmar, registrou diversas ocorrências de racismo e discriminação racial, através da atuação de grupos de observadoras e observadores sociais distribuídos pelos circuitos carnavalescos de Salvador, derrubando assim a falsa idéia de democratização racial.

Desde então, este programa vem desenvolvendo e adotando novas medidas de reparação. Por isso, o Carnaval 2010 terá a participação mais ampliada do Observatório, com a descentralização do posto. Nesta 5ª edição, o Observatório terá mais três postos de apoio para auxiliar na condução do trabalho. Esta nova estrutura visa atender a população de forma plena. Ainda ressaltando as mudanças nesta 5ª edição, o Observatório da Discriminação Racial incluirá em suas demandas a questão de combate aos atos homofóbicos, atendendo uma reivindicação do movimento LGBT.

A missão do Observatório da Discriminação Racial, da Violência contra a Mulher e LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) é construir indicadores que sejam utilizados como subsídios para a formulação e implantação de políticas públicas objetivem a prevenção de discriminações e desigualdades, motivados por de raça, gênero e orientação sexual durante o carnaval. Espera-se que estas políticas públicas sejam efetivadas permanentemente durante todo o ano.

O Observatório da Discriminação Racial, violência contra Mulher e LGBT 2012 apresentou crescimento nos casos de violência e discriminação em relação ao ano passado. Os postos de atendimento contabilizaram, 459 casos de racismo, sexismo e homofobia, durante o carnaval. Este registro ultrapassou a edição anterior, que registrou 350 casos. E mais uma vez, os registros de racismo foram predominantes, tendo em vista a vulnerabilidade social dos negros e negras na folia. E mesmo, sendo a cidade com uma população de 83% de negros e negras, o Observatório registrou, 288 ocorrências de ações discriminatórias motivadas por questões raciais.

As ações machistas também chamaram atenção nesta sétima edição do Observatório, tendo em vista que já foram registrados 153 casos de mulheres agredidas durante o carnaval, contra 91 totais do ano anterior. O carnaval 2012 foi marcado por sucessivas agressões contra mulheres e isso ressalta a necessidade de que sejam elaboradas políticas públicas de proteção às mulheres, e intensificadas as campanhas de respeito ao gênero. Foram registrados 18 casos de agressões verbais e/ou físicas contra os LGBTs.

A garantia de direitos e a prevenção da violência contra a população negra, LGBT e de mulheres durante o Carnaval foram tema de um relatório lançado pela Secretaria da Reparação da prefeitura de Salvador (BA). O projeto contou com o apoio do PNUD, no âmbito do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, financiado pelo Fundo das Nações Unidas para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDG Fund).