Dilemas de garoto de programa são retratados em novela global

Genilson Coutinho,
25/12/2011 | 10h12

As novelas do horário nobre da Rede Globo são famosas por abordarem temas da realidade. A bola da vez na novela de Aguinaldo Silva é a história de Leandro dos Anjos, jovem que mantém algumas atividades suspeitas. No capítulo desta segunda-feira, 26, a sua mãe, Dagmar dos Anjos, irá descobrir o seu segredo e revelará ao público o conflito do personagem com o fato do mesmo ser um garoto de programa.

Profissionais do sexo, como preferem ser chamados, ganham a vida dando prazer aos clientes que procuram uma aventura, ou que simplesmente não encontram mais o fogo sexual em casa. O que muitos esquecem é que esses profissionais possuem relacionamentos e até casamentos estáveis e que precisam conciliar os seus sentimentos com a sua carreira. Mas a questão fica: o que você faria se descobrisse que o seu namorado é um garoto de programa?

Neste ano, alguns garotos e garotas de programa se destacaram na mídia e levantaram a polêmica do uso do corpo para satisfazer desejos e para manter uma casa. A ex-prostituta Raquel, mais conhecida como Bruna Sufistinha, foi personagem central do filme que leva o nome de sua criação. Apesar de ter escolhido essa vida, Bruna ou Raquel, deixou de fazer programas por espontânea vontade, o que não acontece na maioria das vezes com as pessoas nesta área.

Outro caso foi o de Alexandro Rocha que estava a procura de uma namorada no programa da Eliana. Assim que o programa foi ao ar, os cuecas de plantão reconheceram o rapaz como o ator Marcelo Cabral que faz filmes pornográficos destinados ao público gay. Segundo o próprio Marcelo, um dos seus três casamentos revelou que a mulher sabia de sua profissão e encorajava-o por motivos financeiros. Mesmo sendo um ator pornô, Marcelo mantinha a sua vida pessoal separada da profissional.

Mas a questão ainda fica. Com o trabalho considerado mais antigo no mundo, como homens e mulheres conciliam os seus programas com os seus sentimentos, e como as pessoas que estão próximas são afetadas por essa escolha? Valeria a pena namorar um garoto de programa, que divide o seu corpo com clientes em diferentes cenários e em casa? As respostas para estas indagações podem estar mais distantes que a própria realidade desses profissionais, que ganham pelos programas, mas que pagam o preço por esse dinheiro.

Por Bira Vidal