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Dia Nacional de Combate à Sífilis acontece neste sábado (18)

Genilson Coutinho,
16/10/2014 | 10h10

exame

A sífilis é uma doença infectocontagiosa de transmissão sexual, vertical (da mãe para o filho) e sanguínea, sendo a transmissão sexual a forma mais predominante.

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estima que ocorram 460.00 casos de sífilis gestacional por ano nos países da América Latina e Caribe. No Brasil, foram estimados 28.500 casos em gestantes, uma média de 5,8 casos por 1.000 nascidos vivos, em 2012, com prevalência estimada na ordem de 0,85%. De 2000 a 2013 foram notificados 75.683 casos.

O Governo Federal trabalha a prevenção à sífilis com o Pacto pela Saúde em ações na atenção básica e na vigilância em saúde. Essas ações incluem a implementação da triagem na gestação, a utilização de testes rápidos para sífilis durante o pré-natal e a criação de comitês de investigação de transmissão vertical da sífilis e do HIV. De janeiro a julho de 2014, foram distribuídos 1.774.125 testes rápidos para sífilis; destes, 737.370 foram enviados para a Rede Cegonha.

O Dia Nacional de Combate à Sífilis é comemorado todo terceiro sábado do mês de outubro. Este ano, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, em parceria com a Sociedade Brasileira de DST, lembra da importância da realização do teste para diagnosticar a sífilis, principalmente em mulheres grávidas no primeiro e no último trimestre da gestação, e no parto. Também orienta sobre o manejo dos(as) parceiros(as) sexuais e sobre o tratamento prioritário com penicilina como métodos para prevenir a transmissão da sífilis.

Sífilis

O que é

É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.

Formas de contágio

A sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a sífilis congênita.

Sinais e sintomas

Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar um certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.

Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode ficar sem apresentar sintomas por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.

Diagnóstico

Quando não há evidencia de sinais e ou sintomas, é necessário fazer um teste laboratorial ou teste rápido. Esta nova tecnologia se caracteriza pela execução, leitura e interpretação dos resultados feitos em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Além disso, para a leitura dos seus resultados não é necessário o uso de algum equipamento específico, podendo ser feita a olho nu. Por estes motivos, os testes rápidos para sífilis fazem parte das estratégias do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) para ampliar a cobertura diagnóstica desse agravo.
Os testes rápidos para sífilis fornecidos pelo DDAHV consistem em testes treponêmicos que possibilitam a determinação visual qualitativa da presença de anticorpos IgG e IgM anti-Treponema pallidum em amostras de sangue total coletadas a partir de punção digital.
Os testes são fornecidos gratuitamente para os serviços e distribuídos por todo território brasileiro. Como pode ser observado no gráfico abaixo, houve um aumento significativo do fornecimento destes testes. No ano de 2013 foram distribuídos cerca de 2,5 vezes mais testes quando comparado com a distribuição de 2012. O mesmo pode ser observado para 2014 que, até o mês de agosto, já haviam sido distribuídos mais testes do que durante todo o ano de 2012.

Tratamento

Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. É importante seguir as orientações médicas para curar a doença. A penicilina ainda é o principal tratamento!

Sífilis congênita

É a transmissão da doença de mãe para filho. A infecção é grave e pode causar má-formação do feto, aborto ou morte do bebê, quando este nasce gravemente doente. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro. Só assim se consegue evitar a transmissão da doença.

Sinais e sintomas
A sífilis congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal.

O diagnóstico se dá por meio do exame de sangue e deve ser pedido no primeiro trimestre da gravidez e último trimestre da gravidez e no parto. O recomendado é refazer o teste no 3º trimestre da gestação e repeti-lo logo antes do parto, já na maternidade. Quem não fez pré-natal, deve realizar o teste antes do parto. O maior problema da sífilis é que, na maioria das vezes, as mulheres não sentem nada e só vão descobrir a doença após o exame.

Tratamento
Quando a sífilis é detectada, o tratamento deve ser indicado por um profissional da saúde e iniciado o mais rápido possível. Os parceiros também precisam fazer o teste e ser tratados, para evitar uma nova infecção da mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito com a penicilina, pois é o único medicamento capaz de tratar a mãe e o bebê. Com qualquer outro remédio, o bebê não estará sendo tratado. Se ele tiver sífilis congênita, necessita ficar internado para tratamento por 10 dias. O parceiro também deverá receber tratamento para evitar a reinfecção da gestante e a internação do bebê.

Cuidados com o recém-nascido
Todos os bebês devem realizar exame para sífilis independentemente dos exames da mãe. Os bebês que tiverem suspeita de sífilis congênita precisam fazer uma série de exames antes de receber alta.