Dia Contra a Homofobia: ‘Espero que tenhamos mais oportunidades, direitos e vozes’, diz acompanhante

Redação,
14/05/2024 | 10h05
IMAGEM: Reprodução/Freepik

O Dia Contra a Homofobia, em 17 de maio, promove reflexões sobre a importância de políticas sociais, educativas e legislativas para a segurança da comunidade gay, diante de uma realidade em que 44% dos brasileiros LGBTQIAPN+ já foram vítimas de intolerância pela orientação sexual. O dado é da terceira edição do estudo Oldiversity, realizado pelo Grupo Croma com duas mil pessoas em todo o Brasil.

De acordo com o levantamento, 63% dos entrevistados relatam dificuldades em ingressar no mercado de trabalho. Por outro lado, 52% percebem que empresas têm se ajustado mais às suas necessidades. Embora algumas marcas estejam se reposicionando para apresentar uma identidade mais acolhedora às minorias, parte da inclusão permanece no cenário da conveniência lucrativa – movimento conhecido como “pink money”.

“Os indicadores servem de instrumento para que haja criação de ações autênticas de inclusão e pertencimento social. O estudo é importante, mas é apenas uma parte de todo o trabalho que precisa ser feito para garantir respeito e dignidade humana”, afirma Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma.

Em 2023, o Brasil registrou 257 homicídios de pessoas LGBTQIAPN+, uma a mais do que em 2022, segundo mapeamento realizado pelo Grupo Gay Bahia (GGB), organização não governamental LGBTQIAPN+ mais antiga da América Latina. O índice mantém o país na liderança como a nação mais letal por homotransfobia do mundo.

Mesmo com raízes de intolerância, as perspectivas para o futuro são otimistas, mostra a pesquisa Oldiversity: seis em cada dez membros da comunidade LGBTQIAPN+ confiam na melhoria do cenário nos próximos anos. É o caso de Alef Costa, de 30 anos, que trabalha como acompanhante na plataforma Fatal Model.

“Ingressei na Fatal Model em 2022, não sofri preconceito no mercado adulto e espero não sofrer. Hoje consigo proporcionar mais qualidade de vida para minha família e desejo que, cada vez mais, tenhamos oportunidades, direitos e vozes. A marginalização da comunidade pode levar ao mundo do crime e da prostituição ilegal”, reflete Alef.

O fundador do Grupo Croma, Edmar Bulla, enfatiza medidas para combater a homofobia, especialmente no mercado de trabalho: “Precisamos adotar abordagens que vão além do reconhecimento da diversidade. É necessário criar ações que garantam a igualdade de oportunidade para todos. O combate à homofobia começa pela eliminação de preconceitos e criação de oportunidades de emprego para a comunidade LGBTQIAPN+”.

Para Dyego Araújo, coordenador de pessoas e cultura da keeggo, consultoria de tecnologia que possui o comitê de afinidade “keepride”, as políticas inclusivas são essenciais nas empresas, não apenas por serem moralmente corretas, mas também por impulsionarem a diversidade e a inovação: “No Dia Contra a Homofobia, reforçamos nosso compromisso em criar ambientes de trabalho seguros e acolhedores para todos, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero”.