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Dengue: vacina é indicada a pessoas vivendo com HIV, mas ainda não está amplamente disponível no SUS

Genilson Coutinho,
15/02/2024 | 19h02
Foto: Divulgação

Uma epidemia de dengue sem precedentes assola o Brasil. Mais de 500 mil casos de infecção foram confirmados no país, número quatro vezes maior que em 2023. Também foram confirmadas 75 mortes em consequência da doença em 2024, enquanto outras 340 estão em processo de investigação. Minas Gerais, Acre, Paraná, Goiás e Espírito Santo são os Estados com maior número de infecções. O aumento expressivo dos casos registrados tem relação com questões climáticas, como calor excessivo e chuvas abundantes, além da falha em programas de controle dos governos e municípios. O Ministério da Saúde calcula uma projeção de 4,2 milhões de casos de dengue no país em 2024, um recorde histórico.

Embora o SUS já esteja vacinando parte da população, o estoque da vacina ainda não é suficiente para uma imunização em massa e somente crianças de 10 a 14 anos estão sendo vacinadas em determinados municípios do país.

Segundo a infectologista Zafira Khoury, do Instituto Emílio Ribas de São Paulo, a vacina da dengue tem eficácia de 80% a partir de 30 dias da segunda dose durante 12 meses e oferece redução de 90% nos casos de hospitalizações. Na rede particular de saúde, o esquema vacinal completo com as duas doses pode ser encontrado entre R$ 780 e R$ 980, dependendo do laboratório, clínica ou farmácia.

Pessoas vivendo com HIV podem tomar a vacina da dengue?

A vacina é indicada para pessoas vivendo com HIV, desde que possuam um CD4 maior ou igual a 350. “Quem tem CD4 entre 200 e 350, o médico deve analisar o risco versus benefício”, explica a Dra Zafira. Os cuidados para PVHIV são os mesmos que para a população em geral: eliminar todo e qualquer foco de água parada, além de manter a limpeza frequente dos imóveis e caixas d’água; utilizar repelente sempre que possível; cobrir a maior parte do corpo; se possível, colocar telas em janelas e portas; aplicar inseticidas e larvicidas nas áreas externas. Importante ressaltar que repelentes caseiros não têm eficácia comprovada e não são recomendados.

Segundo a médica infectologista e professora da UFRN Manoella Alves, os principais sintomas são febre alta que, geralmente, inicia-se de forma súbita, dores no corpo, dores nas pequenas articulações, mal estar, perda do apetite, dor de cabeça, dor ao movimentar os olhos e manchas pelo corpo. Uma vez identificados os sintomas, é muito importante a hidratação oral e a busca por orientação médica no posto de saúde ou UBS mais próximos da sua casa. “Além disso, devemos estar cientes do que chamamos sinais de alarme da dengue. Todo brasileiro deve ter conhecimento dos sinais de alarme que são: dor na barriga de média a forte intensidade, vômitos persistentes, sensação de desmaio, muita sonolência, sangramento no nariz, vaginal ou qualquer sangramento de gengiva que não pare”, 

  • Verifique se a caixa d’água está bem tampada;
  • Deixe as lixeiras bem tampadas;
  • Coloque areia nos pratos de plantas;
  • Recolha e acondicione o lixo do quintal;
  • Limpe as calhas;
  • Cubra as piscinas;
  • Tampe os ralos e baixe as tampas dos vasos sanitários;
  • Limpe a bandeja externa da geladeira;
  • Limpe e guarde as vasilhas dos bichos de estimação;
  • Limpe a bandeja coletora de água do ar-condicionado;
  • Cubra bem a cisterna;
  • Cubra bem todos os reservatórios de água.