Combinação de medicamentos contra a aids facilita a adesão dos pacientes ao coquetel

Genilson Coutinho,
05/11/2012 | 10h11


O governo federal assinou, na última quarta-feira 3, acordo com os laboratórios Farmanguinhos, Fundação Ezequiel Dias (MG/MG) e Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe), para a formulação da dose fixa combinada (em uma só pílula) dos antirretrovirais tenofovir, lamivudina e efavirenz. Ao diminuir o número de comprimidos a serem ingeridos, o medicamento 3 em 1 vai facilitar a adesão do paciente ao tratamento da aids.
A iniciativa brasileira segue a tendência mundial de simplificar os esquemas de tratamento com antirretrovirais, fortalecendo a adesão e a eficácia do tratamento por longo tempo. “A dose fixa combinada permite o uso de apenas um comprimido e está alinhada com a iniciativa Tratamento 2.0, ação programática recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para fortalecer o controle da infecção pelo HIV”, explicou o coordenador da área de Cuidado e Qualidade de Vida do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal.
De acordo com ele, a recomendação da OMS propõe um tratamento contra a aids mais simples, com poucos efeitos colaterais e, consequentemente, de mais fácil adesão, além de mais barato. “Nossa expectativa é que esse comprimido único esteja disponível já em 2013 no SUS (Sistema Único de Saúde)”, afirmou.
Vários fatores foram decisivos na escolha dos três medicamentos, segundo Hallal. Primeiro por serem todos produzidos no Brasil e poderem ser coformulados em uma dose só. Segundo porque há tendência de utilizar esquemas de tratamento baseados no efavirenz como terapia inicial e, finalmente, pelo fato de que o tenofovir tem sido cada vez mais utilizado como opção segura de primeira linha.
O acordo para a fabricação da dose fixa combinada foi assinado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a 3ª Reunião do Comitê Executivo e Conselho de Competitividade do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), em Brasília (DF). Na ocasião, foram firmados acordos para a formalização de 20 novas Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs) para a produção nacional de medicamentos e vacinas.
Fonte: Blog da Saúde