Centro gay paulistano, Largo do Arouche recebe intervenção sobre amor entre homens negros

Genilson Coutinho,
17/03/2014 | 15h03

Em uma terra estranha, quatro homens negros partilham fragmentos de suas histórias homoafetivas em praça pública. Dividem com os espectadores os pedaços e fios de suas memórias. O amor assume dimensão pública e passa a ser o tema central numa perspectiva de enfrentamento e mudança social. Este será o enredo de “Ainda… Numa Terra Estranha – Fragmentos a James Baldwin”, nova intervenção teatral do coletivo Os Crespos, que rola dia 23 de março (domingo), às 16h, no Largo do Arouche, região central de São Paulo.

A atividade é gratuita e tem a direção de Eugênio Lima, co-direção de Lucélia Sergio e atuação de Sidney Santiago Kuanza, Luís Navarro, Vitor Bassi e Sírius Amen e participação do Coletivo Elo da Corrente. A produção é de Eneida de Souza. O projeto tem o apoio da 22ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

As intervenções dos Crespos são fontes de pesquisa para o projeto “Dos Desmanches aos Sonhos – Poética em Legítima Defesa”, uma investigação cênico-áudiovisual sobre o impacto da escravidão e as esferas das relações entre afetividade, negritude e gênero no Brasil. Em 2013, o grupo concentrou-se na questão das mulheres, mas, em 2014, o foco de pesquisa é a homoafetividade masculina.

O estudo resultará no espetáculo “Cartas a Madame Satã ou me desespero sem notícias suas” (nome provisório), com estreia marcada para o dia 18 de abril de 2014, no teatro Heleny Guariba, na Praça Roosevelt, em São Paulo. Além de intervenções públicas e palestras sobre o tema, os Crespos realizaram quase 100 entrevistas, sendo que 40 delas destinaram-se especificamente para “Cartas a Madame Satã”.

“Ainda… numa terra estranha – Fragmentos a James Baldwin”: 
23 de março, a partir das 16h
Largo do Arouche, região central de São Paulo (Estação República do Metrô)
Grátis