Cinema

‘Casa Gucci’ é um dramalhão mexicano estrelado por Lady Gaga

Redação,
25/11/2021 | 15h11
Foto: Divulgação

Chegou nesta quinta-feira (25) nos cinemas o aguardado filme “Casa Gucci”, de Ridley Scott, com Lady Gaga, Salma Hayek, Al Pacino, Adam Driver e Robert de Niro, para contar a história de amor, ódio, traição, luxo e o assassinato de Maurizio Gucci, herdeiro da famosa grife italiana. O crime foi encomendado pela mulher, Patrizia Reggiani, interpretada pela diva pop Lady Gaga.

Fui conferir o longa um dia antes da estreia no Brasil e me perguntei: onde está a Lady Gaga? Pois ela está estremamente diferente em razão da composição da personagem, repleta de trejeitos, além das bochechas cheias, cabelos pretos e olhares que dispensam palavras, mas que dizem muito sobre o que pensa e deseja Patrícia neste novo desafio da cantora e atriz, que já chega às telas com indicativos para o Oscar.

Para muitos fãs da estrela ela é a favorita, mas eu não concordo com a indicação, pois o grande nome do filme, sem dúvida, é Adam Driver, meu favorito para a estatueta de melhor ator.

Foto: Divulgação

O pano de fundo para essa história de amor deixa um ar de dramalhão mexicano, mesmo sendo baseada na história entre Patrizia Reggiani (Lady Gaga) e o herdeiro da Gucci, Maurizio (Adam Driver). A história dos dois começa nos anos 1970, em uma festa de debutantes da alta sociedade, onde os dois se cruzam pela primeira vez, na busca de um drink por Patrícia, que abre o caminho para uma grande história de amor, com um final não tão romântico, e sim, de muita tristeza, lágrimas e condenações. Mesmo com a repreensão do pai, o herdeiro do império abriu mão de tudo para viver ao lado da mulher amada, que já era vista como uma “alpinista social”, como deixa claro Rodolfo Gucci (Jeremy Irons), pai de Maurizio, no primeiro encontro com Patrícia, que vinha de uma espécie de “classe média”.

Lady Gaga e Jared Leto numa cena de “Casa Gucci” — Foto: Divulgação

A película narra a saída do milionário para a casa da filha do dono de uma frota de caminhões, e é baseada no livro “Casa Gucci: Uma História de Glamour, Cobiça, Loucura e Morte”, da jornalista Sara Gay Forden. Foi publicado pela primeira vez em 2008, e traz no desenrolar da historia, o amor, as brigas e traições dentro do império Gucci e entre os familiares, que são surpreendidos pela esperteza de Patrícia após o casamento.

A trama é muito bem amarrada pelo diretor, Ridley Scott, que vai preender o público nas 2h40 de filme, que culmina com a separação do casal por conta de um novo amor, até o assassinato de Maurizio e as condenações dos culpados. Além dos altos e baixos das marcas e das baixas nos cofres, a trama apresenta as falsificações da marca em grande escala, fato que vai decepcionar os amantes da moda, que vão assistir ao filme na expectativa de ver os grandes looks, as jóias e as melhores fragrâncias produzidas pela Gucci.

Lady Gaga e Adam Driver vivem um casal em “Casa Gucci” — Foto: Divulgação

Confesso que eu também fiquei na expectativa do longa, e que esperei ver o universo da alta costura na telona, sem moderação. Senti falta dos luxuosos vestidos, para remeter o público ao que esperamos de um filme que conta a história de um império, de umas mais importantes maisons italianas, oferecendo ao espectador algumas tomadas nas lojas, e com muito foco nas baladas, mas faltaram criatividade e poder na hora de abrir o guarda-roupa. Mas fiquem atentos à trilha sonora e ao elenco, formado Salma Hayek, como Giuseppina Auriemma; Jared Leto, como Paolo Gucci; Al Pacino, como Aldo Gucci; Jeremy Irons, como Rodolfo Gucci; Mãdãlina Ghenea, como Sophia Loren e Reeve Carney, como Tom Ford, e a direção do brilhante Ridley Scott.

Não vou contar mais sobre o filme, pois sei que mesmo com essa cara de dramalhão vocês irão conferir para concordar ou discordar de mim. Mas uma coisa posso garantir: as interpretações deste elenco são fantásticas e, apreender um pouco sobre o glamour e a tragédia na história da moda vai enriquecer o repertório no escurinho do cinema.

Genilson Coutinho é editor-chefe do Dois Terços e apaixonado por cinema.