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Carnaval do Rio terá campanha contra a homofobia e em favor do uso da camisinha

carlos

Segundo dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, há 10 anos os jovens de 13 a 19 anos são o segmento populacional mais infectado pelo vírus HIV. Isto aponta para uma dificuldade das campanhas de conscientização em se comunicar com esta geração, que não vivenciou os primeiros anos da epidemia da AIDS, nem foi impactada com as duras imagens que assustaram as gerações anteriores.

Dentro deste contexto, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, em parceria com a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (Ceds-Rio), lança a campanha “A AIDS não tem cara e não tem cura – use camisinha”. O objetivo é desmistificar a ideia da existência de um perfil ou aparência que defina quem é soropositivo e quem não é.

“Queremos conscientizar a população de que, na verdade, toda pessoa sexualmente ativa esta sujeita à infecção pelo HIV ou outra DST em caso de sexo desprotegido. Basta uma vez! A prevenção é uma responsabilidade de cada um de nós”, afirma o presidente da Comissão DST/AIDS do Conselho Municipal de Saúde e coordenador especial da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson.

A Ceds fez um vídeo (assista abaixo) em que vários cidadãos de diferentes raças, gêneros, orientações sexuais e sorologias irão se autodeclarar como um indivíduo totalmente oposto a ele, enquanto seus rostos vão se transformando através do efeito visual usado no clipe “Black and White”, de Michael Jackson. Ao final, Lucinha Araújo, presidente da ONG Sociedade Viva Cazuza e mãe do cantor morto vítima da AIDS, anuncia o slogan: “A AIDS não tem cara e não tem cura. Use camisinha”. Em tempo: 2015 marca os 25 anos da morte de Cazuza.

Além da veiculação do vídeo da campanha na internet, serão distribuídos 1,3 milhão de preservativos (300 mil a mais que no ano passado) e folhetos informativos sobre prevenção de DST/AIDS, dengue e chikungunya, nos principais blocos, festas, praias e no desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Participarão nesta ação ex-alunas do Projeto Damas, que capacita e reinsere travestis e transexuais no mercado formal de trabalho. Os foliões também podem encontrar preservativos e materiais informativos nos displays instalados nas unidades de saúde do município do Rio.

A campanha “Rio Carnaval Sem Preconceito” rola entre os dias 13 (sexta-feira) e 21 de fevereiro (sábado). Nos principais pontos de concentração de pessoas, serão espalhados 50 galhardetes com mensagens contra a homofobia e orientando o cidadão a como agir caso sofra qualquer forma de preconceito, além de ventarolas com informações sobre a lei municipal 2475/96; que pune estabelecimentos comerciais e repartições públicas por discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Com o Carnaval, segundo maior evento do Brasil que ocorre no Rio de Janeiro, a Ceds, em parceria com a Secretaria Municipal de Turismo, RioTur, realizará pelo segundo ano consecutivo uma pesquisa qualitativa em festas e pontos de concentração LGBT com o intuito de traçar um perfil dos cidadãos, cidadãs e turistas deste segmento que lotam a cidade neste período.

Muito além de uma ação voltada para apenas para a saúde, o mote este ano é se tornar uma campanha de Direitos Humanos. As equipes de distribuição estarão vestidas com camisas com mensagens contra diversas formas de discriminação.

– Você não precisa ser negro para lutar contra o racismo.

– Você não precisa ser mulher para lutar contra o machismo.

– Você não precisa ser gay para lutar contra a homofobia.

– Você não precisa ser trans para lutar contra a transfobia.

– Você não precisa ser lésbica para lutar contra a lesbofobia.

“Precisamos em cada ação pública reforçar a mensagem pelos direitos humanos, pois os índices de crimes de ódio contra minorias vêm crescendo nos últimos anos”, afirma Carlos Tufvesson. Denúncias de preconceito e discriminação em estabelecimentos comerciais devem ser enviadas para o e-mail cedsrio@gmail.com.

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