Carlinhos Brown faz homenagens às mulheres

Genilson Coutinho,
08/03/2011 | 17h03

Foi distribuindo rosas para as mulheres, em lembrança ao Dia Internacional da Mulher, que Carlinhos Brown entrou com seu Camarote Andante no circuito Barra-Ondina na madrugada de hoje (08/03). Como de costume, o artista se apresentou no chão, e não em cima do trio, borrifou alfazema no asfalto e deu banho de pipoca nos foliões para iniciar os trabalhos. Brown começou cantando a Iemanjá para, em seguida, puxar a massa ao som do hit “Ashansu”. “Dalila” e “Tantinho”, outros sucessos do compositor, também fizeram parte do repertório, além de sucessos da Timbalada como “Toneladas de Desejo” e “Ai”. Neste ano, seu trio foi para a rua com o patrocínio do banco Itaú.

Com o tema “Percussão pura que Deus mistura”, a apresentação contou com muitas participações especiais: Mariene de Castro trouxe seu samba tradicional, cantado ao lado de Paula Lima e Monikka Araújo.Carl Golembeski e Mikael Mutti, parceiros no projeto Eletroaxé, também participaram. O grupo angolano de kuduro liderado por Dog Murras deu um show de dança que animou a multidão.

Ao chegar em frente ao Camarote Contigo! Daniela Mercury, uma surpresa: Brown apresentou-se vestindo uma roupa feita com sensores que permite que ele toque percussão nele próprio. Foi assim que ele intepretou “Se você se for”, acompanhado do coro do público.

Vestindo um figurino de Valéria Kaveski composto por jaqueta e calças em seda de organza prateada e muitos colares, neste ano o Carnaval do cacique prestou homenagem aos mestres da percussão. À frente do bloco, abrindo o cortejo, viam-se grandes placas com imagens de Neguinho do Samba, Fialuna e Mestre Pintado do Bangô, com quem Brown aprendeu os segredos da arte percussiva e herdou um anel de mestre que carrega no anelar esquerdo. Logo atrás, seguia um anjo negro sobre uma grande nuvem representando Santa Cecília, padroeira dos músicos, “para abençoar os meus mestres”.

Sobre o debate criado pelo diretor executivo de marketing do Itaú, Fernando Chacon, em torno da necessidade de ampliar a visibilidade do Carnaval baiano fora do estado, Brown mostrou-se concordante. “É preciso sim colocar essas questões. Para crescer, o Carnaval da Bahia precisa de duas coisas: investir na valorização do artista e organizar-se em torno de uma liderança forte. Quando Chacon faz esse tipo de declaração, está assumindo esse papel de liderança”, comentou.

Crédito das fotos: Studio Samuel Cerqueira/Robson Santos