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Câncer de Próstata pode estar relacionado a baixos níveis de vitamina D

Genilson Coutinho,
10/06/2014 | 09h06

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Os baixos níveis de vitamina D no sangue podem estar relacionados a casos mais agressivos e avançados do câncer de próstata nos homens, segundo estudo publicado na revista Clinical Cancer Research. A pesquisa sugere que a vitamina D pode desempenhar um papel importante na forma como o câncer de próstata começa e espalha, embora não esteja comprovada a relação de causa e efeito. Muitas perguntas ainda precisam ser respondidas sobre o tema, mas o que é certo é que a vitamina D desempenha uma série de papEis importantes na forma como as células se desenvolvem e crescem.

A vitamina D é conhecida como a vitamina do sol, porque a pele absorve esse nutriente quando exposta à luz solar. “Mas hoje em dia as pessoas se expõem cada vez menos ao sol, por motivos diversos, inclusive para se prevenir do Câncer de Pele, que é o mais comum de todos”, lembra o urologista e andrologista Francisco Costa Neto, diretor da Clínica do Homem. Além disso, os níveis de vitamina D tendem a cair com o avanço da idade e sua deficiência é mais comum em épocas e regiões que recebem menos luz do sol e em pessoas com a pele mais escura, que naturalmente bloqueiam os raios solares.

Os baixos níveis da substância no organismo podem levar ao crescimento desordenado das células, o que poderia originar o câncer. Para testar essa hipótese, os pesquisadores checaram a quantidade desse nutriente em 667 homens de Chicago, EUA, entre 40 e 79 anos, que estavam fazendo biópsia da próstata porque tinham, recentemente, obtido um resultado anormal do exame PSA (exame de sangue preventivo para os homens) ou porque o médico sentiu mudanças na próstata durante o exame físico. Os níveis normais de vitamina D vão de 30 a 80 nanogramas por mililitro. A deficiência desse nutriente, ou níveis abaixo de 20 ng/ml, foram relativamente comuns entre todos os testados.

Cerca de 44% dos homens com resultado positivo da biópsia e 38% cujo teste teve resultado negativo para o câncer tinham baixos níveis de vitamina D. Desses 44%, aqueles que tinham muito pouco desse nutriente no organismo tinham maiores chances de cânceres mais avançados e agressivos do que aqueles com níveis normais.

“Apesar deste estudo, não é possível saber ainda se a reposição da vitamina D pode reduzir o risco do câncer agressivo. Porém, este novo dado ressalta a importância de incluir a dosagem da vitamina nos exames preventivos dos homens e, caso os níveis sejam baixos, deve-se fazer os exames para detecção precoce do câncer de próstata de maneira mais frequente e incisiva, além de repor a vitamina D”, alerta Francisco Costa Neto.

A conexão entre vitamina D e câncer pareceu ainda mais forte em homens negros. Aqueles com níveis inferiores a 12 ng/ml eram muito mais suscetíveis ao câncer do que os com níveis normais. Em geral, homens negros estão mais propensos a desenvolverem a doença. Em média, um a cada sete homens tem chance de ter câncer de próstata. Esse risco cresce em homens negros: um a cada cinco é diagnosticado com a doença, de acordo com o U.S. Centers for Disease Control and Prevention.