Balé Giselle discuti questões de gênero e sexualidade do mundo atual no Vivadança

Genilson Coutinho,
16/04/2013 | 15h04


O projeto vencedor da quarta edição do Prêmio VIVADANÇA propõe uma versão contemporânea do clássico balé Giselle, para discutir questões de gênero e sexualidade do mundo atual. XL – Uma releitura queer do ballet Giselle é um solo criado e interpretado pelo jovem coreógrafo e bailarino Eberth Vinícius, que estreia em 17 de abril e cumpre temporada nos dias 18, 19, 24, 25 e 26 de abril, sempre às 19h, no Teatro do Goethe-Institut (ICBA), com ingressos a R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).
XL – Uma releitura queer do ballet Giselle concorreu com outros 17 projetos inscritos e avaliados pela comissão julgadora composta por Cristina Castro (diretora e curadora do festival), Luiz Antônio Jr. (diretor de produção do festival), Leandro Oliveira (coreógrafo e dançarino) e Joceval Santana (jornalista e critico de dança). Criado em 2010, o Prêmio VIVADANÇA já possibilitou a produção de três espetáculos de dança inéditos no cenário baiano: Odete, Traga Meus Mortos, de Edu O.; Fricção, de Isaura Tupiniquim; e m’bolumbümba: entre o corpo e o berimbau, de Lia Günther Sfoggia e Guilherme Bertissolo.

Do insulto à aceitação – O que é ser homem e o que é ser mulher no século 21? O que é permitido a um corpo masculino e/ou feminino? Quem autoriza ou desautoriza os aspectos distintivos entre os gêneros? Para refletir sobre essas e outras questões, o espetáculo desloca os personagens românticos da versão original para posições ocupadas por homens e mulheres nas sociedades contemporâneas, marcadas, como aponta Eberth Vinícius, pela diluição das fronteiras entre os sexos.
Desta forma, a camponesa Giselle – que na versão original morre ao descobrir que o seu grande amor era um príncipe disfarçado de camponês e depois retorna para salvá-lo de uma maldição ¬–, dá lugar a uma heroína nem homem, nem mulher. No lugar do bosque encantado, onde Giselle passeia e dança, surge o banheiro público, ícone do submundo sexual urbano e da diferenciação entre gêneros.
A coreografia tem como eixo central a teoria queer, que surgiu no final dos anos 80 nos Estados Unidos, reunindo um conjunto de pensamentos sobre gênero e sexualidade, com o objetivo de positivar o insulto (queer significa ridículo, estranho) e entendê-lo como uma prática de vida que se coloca contra as normas socialmente aceitas.

SERVIÇO
Espetáculo: XL – Uma releitura queer do ballet Giselle (Prêmio VIVADANÇA)
Artista: Eberth Vinícius (BA)

Sinopse: O projeto propõe uma versão contemporânea e original da heroína Giselle, protagonista do balé homônimo e mundialmente famoso, para discutir questões de gênero e sexualidade no mundo atual.

Local: Teatro do Goethe-Institut (ICBA)
Data: 17, 18, 19, 24, 25 e 26 de abril, às 19h
Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)