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Atriz e roteirista baiana comenta os detalhes do longa “A Culpa é das Estrelas”

Genilson Coutinho,
14/06/2014 | 23h06
Shailene Woodley interpreta Esther em A Culpa É das Estrelas

Shailene Woodley interpreta Esther em A Culpa É das Estrelas

Sinceramente, sou uma cinéfila de carteirinha, amo a sétima arte, não só por que escrevo roteiros, sou atriz, mas, bem mais por que sou uma espectadora atenta a cada detalhe, reflexão e mensagens explícitas, implícitas e subliminares que os filmes querem passar. Como sabemos que a arte imita a vida e vice versa, é quase impossível você assistir a alguns filmes e não sair modificada, tocada, altamente inspirada a melhorar em alguns pontos de sua vida. E foi assim que me senti hoje ao assistir o filme “A Culpa é das Estrelas”.

Um filme simples, mas profundo. Com um elenco tão especial, que as palavras foram importantes e tocaram, claro, mas o silêncio e as expressões disseram, muitas vezes, muito mais. Uma história “fictícia”, mas super real, afinal vivenciamos muitas delas em nossas vidas. Talvez não com tanta verdade no amor, mas bem semelhante.

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Um roteiro que nos faz pensar o tempo inteiro: como a vida pode ser especial e divertida, mesmo quando estamos vivendo momentos doloridos e inconstantes. Como aquele “segundo” que se vive algo intenso e verdadeiro pode ser um eterno infinito e fazer valer por toda uma vida. Como você pode ser especial para alguém, a ponto de mudar a sua história, sua vida para melhor, mesmo quando se está vivendo o pior. Como o otimismo, a fé e a crença no melhor, mesmo sabendo do caminho rumo ao “pior” é importante para que sigamos até ele sem maiores pesos e tormentas. Que as relações podem ser mais que essas “futilidades” e efemeridades que nos sujeitamos viver, que ela pode ser leve, divertida, verdadeira e salutar quando a tratamos com verdade, respeito e lealdade. Que a dor para ser amenizada precisa ser sentida, pois só assim você aprenderá a lidar com ela.

Enfim, poderia passar horas e horas relatando tudo que refleti naquelas horas vivenciando a delícia que foi a história que tinha tudo para ser triste, mas que é vivida com tanto amor, intensidade e maturidade que o que fica em nós quando saímos do cinema é a lição maior de vida e não a eminência natural da morte e todo o peso que isso traz.

Além de toda reflexão passada, o filme traz uma trilha sonora maravilhosa, uma direção de arte show, um elenco maravilhoso e o roteiro, nossa, simplesmente sensacional!

Com certeza saí dessa sessão com algo modificado e, mais que isso, reavaliando um pouco mais o que quero para minha vida, minhas relações e todos os “segundos” que desejo transformar em “eternos infinitos” ao lado de quem realmente valha a pena! Afinal de contas, mesmo sem a sentença exata dos dias que findarão, todos vivemos esses dias, pois hoje pode ser o último, independente de qualquer doença.

Escute aqui atrilha Sonora de “A Culpa é das Estrelas”

Angel Marques, atriz, escritora, roteirista e apaixonada por cinema.