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Aluna de 9 anos escreve carta de apoio a professor após ele sair do armário

Genilson Coutinho,
16/12/2014 | 10h12

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O fato foi divulgado pelo site europeu “PinkNews”, dedicado ao universo LGBT. A matéria não especifica o colégio e a cidade onde o caso aconteceu, assim como não revela as identidades do professor e da aluna. Entretanto, a carta foi publicada na íntegra. O texto diz:

Continuo pensando em você da mesma forma que antes. Você é um grande professor e estas são apenas algumas das palavras que usaria para descrever você: ótimo, incrível, fantástico, brilhante, impressionante e corajoso.

A razão pela qual digo corajoso é porque você compartilhou um segredo pessoal que foi muito corajoso.

Você não tem que se sentir com medo, porque sei que todo mundo na classe pensa da mesma maneira que eu.”

O professor contou ao site que, por atuar em escola primária, sempre se preocupou em mencionar sua sexualidade, apesar de seus colegas de profissão falarem sobre maridos, esposas e outras pessoas importantes o tempo todo.

“Como parte da semana anti-bullying, perguntei quem já tinha ouvido o termo ‘gay’ sendo usado como insulto. Quase todos da minha classe levantaram as mãos. Fiquei atordoado”, disse.

Na sequência, ele perguntou quem achava que gays ou lésbicas estão, de alguma forma, agindo errado. Quase todos levantaram as mãos novamente.

O professor, então, conversou com seu chefe, que concordou que falasse sobre sua sexualidade para a turma. A intenção, era mostrar aos aluns que ele é gay e que, ao usarem o referido termo, estariam falando dele.

“A reação foi fantástica – havia um monte de suspiros e olhares chocados e algumas questões básicas – como ‘você tem um namorado’. Mas, depois de alguns minutos, eles já haviam superado isso e prosseguimos com aula.”

A carta veio alguns dias mais tarde, deixando o professor emocionado.

“Levei algum tempo até me recompor. Quando agradeci, ela apenas deu de ombros e repetiu para um dos garotos da turma o que havia dito durante a aula: ‘É apenas a vida dele’. Em seguida, ela voltou para seus exercício de matemática”, relatou o professor ao site.

O professor afirma que não houve julgamento, apenas aceitação.

“Agora, posso mencionar meu noivo tão facilmente como qualquer outro professor, e minha classe me conhecer um pouco melhor. Recebi um monte de cartas e cartões ao longo dos anos, mas esta vou guardar para sempre”, concluiu.