Adrian Steinway diretor do Musical Éramos Gays fala ao Dois Terços
No século passado, 800 gays resolvem passar o final de semana em Nova York no voo 747, quando no meio do Atlântico os dois motores do avião param e Alice Kate, uma biba linda, devota ferrenha de São Sebastião, não pensa duas vezes e promete ao santo que se ela fosse salva jamais iria querer um homem em sua vida. Durante sua queda, Alice é salva por um bando de cegonhas marroquinas que a deixa em frente a uma sauna gay na Paulista. Ela resolve cumprir a sua promessa e resiste a tentação. Casa-se com uma mulher, tem filho e passa no concurso da Petrobras, voltando definitivamente para o armário durante longos anos. Até que o santo São Sebastião do alto, observando toda trajetória da bela, resolve descer para se juntar a outros amigos de Kate para tira-la do seu armário.
Este é o fio condutor do musical Éramos Gays, escrito por Aninha Franco e que terá direção de Adrian Steinway, que já está em Salvador com o coreógrafo norte-americano William Newton Cole, um dos mais celebrados nos musicais da Broadway, para a audição que selecionará elenco que irá compor o espetáculo.
Mesmo com a correria dos preparativos, o diretor arrumou um tempo e nos recebeu no elegantíssimo Hotel Vila Bahia, no Pelourinho, para falar um pouco deste trabalho que promete mexer com a cabeça dos baianos. Confira abaixo o que ele nos contou sobre a preparação do musical.
“Durante estes dias que estamos aqui realizamos um workshop para falar dos grandes musicais da Broadway, visando fortalecer o trabalho com os nossos possíveis atores e dançarinos do musical. O trabalho será muito interessante, pois aqui eles são virgens nesse segmento e isso é muito importante. Evita os vícios que são muito comuns de acontecer em São Paulo, onde as pessoas querem incorporar o jeito americano de ser. Não queremos nada caricaturado, pois eu e Aninha fizemos uma pesquisa sobre gênero para saber sobre o que está acontecendo. Não queremos desmerecer os gays nem falar de sexo em nosso trabalho, queremos sim valorizar. Isso é muito importante para o sucesso deste trabalho.
O musical será todo cantado em Português, com músicas de compositores baianos e direção musical dói canto Gerônimo para enriquecer a história da personagem Kate, ao lado de outros personagens representativo de grupos que estão em nosso cotidiano como um Emo, a bicha qua qua , o Urso, Místico, o gostosão, Drag, etc.
A montagem de um musical é algo muito rápido, dura em média, três semanas, principalmente por este ser um espetáculo pequeno, mas que conta com uma superestrutura trazida de São Paulo.
Sei que será muito bom. O baiano é alegre e sensual, esses dois elementos sem dúvida farão a diferença. É isso que busco nos baianos, pois já notei, durante os dias de workshop, que aqui tem grandes artistas e bailarinos que são profissionais e que já estão prontos, precisam apenas serem guiados e serão guiados pelo nossa equipe.
A seleção do elenco aconteceu no sábado, dia 19 e segue neste domingo, dia 20, no Theatro XVIII. Contarei com a participação de grandes nomes dos principais musicais do Brasil e duas pessoas da platéia para votar naqueles que mais se destacaram durante suas performances. Serão mais de 100 candidatos que irão disputar 8 vagas, sendo que 6 irão compor o elenco principal do espetáculo e 2 para o caso de substituições. O que procuro nesses candidatos é que eles sejam eles mesmos”.
Segundo Adrian, a estreia do espetáculo está prevista para agosto deste ano.