11° Bienal do Livro Bahia Programação destaca autores baianos e homenageia personalidades

Genilson Coutinho,
06/11/2013 | 10h11

Reunindo mais de 170 autores dos mais diversos estilos e gêneros literários, a Bienal do Livro da Bahia, que acontece entre os dias 08 e 17 de novembro no Centro de Convenções, em Salvador, contará nesta 11° edição com um grande time de autores baianos. Distribuídos na programação dos espaços Café Literário, Território Jovem e Praça de Poesia e Cordel, os representantes das mais diversas fases, gerações e estilos da literatura baiana vão interagir com o público de maneira única. São nomes de peso que prometem enriquecer o evento através de debates, leituras públicas e sessão de autógrafos durante dez dias.

A participação do escritor, jornalista, roteirista e professor João Ubaldo Ribeiro, que participa pela primeira vez da Bienal de sua terra natal, a ialorixá Mãe Stella de Oxóssi e a cordelista Maísa Miranda, uma das poucas especialistas do gênero no Estado, são alguns dos muitos destaques desta edição. Também marcam presença no evento: José Carlos Capinam, Antônio Torres, Ruy Espinheira Filho, Adelice Souza, James Martins, Feizi Milani e Gessy Gesse, dentre outros.

 

Homenagens – A literatura negra e a cultura afro-brasileira são os temas que norteiam o tributo a autores que representaram a Bahia, como o historiador e ex-diretor da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro. Para marcar a ocasião, batalha de MC’s, Oficina de Escrita e um bate-papo seguido de sessão de autógrafos com o ator e escritor Aldri Anunciação, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Juvenil com a obra “Namíbia, Não!”.

 

Confira os principais autores baianos participantes da 11° Bienal do Livro Bahia:


Adelice Souza – Formada em Comunicação e Direção Teatral, a doutoranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) é autora de quatro livros publicados: três de contos e um romance: “O homem que sabia a hora de morrer”, fruto de um projeto contemplado pela Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Literária e pela Fundação Pedro Calmon, no edital de Apoio à Edição de Livros de Autores Baianos. Como dramaturga, escreveu cinco textos para teatro, com três já encenados e dois inéditos. Já na área de Direção, assina nove montagens teatrais.

 

Antônio Risério – Antropólogo, poeta e ensaísta, participou de movimentos estudantis e de contracultura. Implantou a televisão educativa, as fundações Gregório de Mattos e Ondazul, além do hospital Sarah Kubitschek, na Bahia. Participou ativamente do projeto para a  fundação do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e escreveu os livros “Carnaval Ijexá, Caymmi: Uma Utopia de Lugar”, e “Uma História da Cidade da Bahia”, dentre outros.

 

Antônio Torres – Nascido em Sátiro Dias, no sertão da Bahia, foi jornalista em Salvador e São Paulo, onde se tornou redator de publicidade, atividade à qual se dedicou também em Portugal e no Rio de Janeiro. Estreou na literatura em 1972, com o romance “Um cão uivando para a Lua”, considerado pela crítica a revelação daquele anoSeus livros, que passeiam por cenários rurais urbanos e da História, têm  várias edições no Brasil e traduções em diversos países como Argentina, Cuba, Estados Unidos, França, Espanha, Alemanha, Itália, Holanda, Inglaterra e Israel. Seu romance “Essa terra” está  em processo de tradução na Bulgária, Albânia e Vietnã.


Feizi Milani – Conferencista Internacional, Escritor, Professor Universitário, Empreendedor Social e Médico. Com o Instituto Nacional de Educação para a Paz e os Direitos Humanos (IMPAZ) organiza oficinas para adolescentes e jovens em torno dos temas da ética, paz e cidadania. O  IMPAZ prioriza o combate à violência doméstica, de gênero e das ruas com base em um modelo de prevenção com ênfase em valores como paz, diversidade, respeito, justiça, solidariedade e empatia. 

 

Gessy Gesse – Considerada uma das estrelas do Cinema Novo, também é conhecida como a musa baiana de Vinícius de Moraes. Foi  esposa do artista e lançou, em 2013, a obra  “Minha vida com o poeta”, em que detalha sua experiência e outras particularidades ao lado  do poetinha. Atualmente, Gessy Gesse trabalha como produtora cultural.

 

João Filho  Poeta e escritor, foi revelação da Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP) em 2005. Escreveu os livros de contos ‘Encarniçado’ e ‘Ao longo da linha amarela’. Participou da Primavera dos Livros em 2003 (Rio-São Paulo) e do Rumos Itaú Cultural em 2004, 2007 e 2011. Tem contos publicados nas antologias: Contos sobre tela (Ed. Pinakotheke, 2005); ‘Terriblemente felices’. ‘Nueva narrativa brasileña’ (Emecé Editores, 2007, Argentina); ‘Travessias singulares’ — Pais e filhos (Ed. Casarão do Verbo, 2008) ‘90-00: cuentos brasileños contemporâneos’ (Ed. Copé, 2009, Peru); Geração Zero Zero, fricções em rede (Ed. Língua Geral, 2011). Dono de uma prosa inventiva e visceral, o autor mescla experimentação linguística, violência urbana e metafísica, tendo sido comparado a Guimarães Rosa e Graciliano Ramos.

 

João Ubaldo Ribeiro – Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia, jamais chegou a advogar.  Pós-graduado em Administração Pública pela mesma universidade e mestre em Administração Pública e Ciência Política pela Universidade da Califórnia do Sul, João Ubaldo Ribeiro é um dos mais destacados escritores do país. Desde 1993, ocupa a cadeira de número 34 da Academia Brasileira de Letras e recebeu o Prêmio Camões de 2008, a maior premiação para autores da língua portuguesa. Sua formação literária teve início ainda nos primeiros anos de estudante e foi um dos jovens escritores brasileiros que participaram do International Writing Program da Universidade de Iowa.

 

José Carlos Capinam – Nascido na cidade baiana de Esplanada, é considerado um dos grandes letristas de sua geração. Poeta desde a adolescência, mudou-se para Salvador aos 19 anos, onde iniciou o curso de Direito na Universidade Federal da Bahia e integrou o movimento tropicalista no final da década de 60. Após um período em São Paulo, voltou à Bahia para cursar medicina e até chegou a exercer a profissão, mas sem deixar as composições de lado. Compôs com Gilberto Gil o clássico “Soy Loco por Ti, América”, e integra o histórico disco “Tropicália” de 1968, ao lado de Caetano, Gil, Mutantes, Gal Costa, Tom Zé, Rogério Duprat e Torquato Neto.

 

Jotacê Freitas – Nascido em 1964 em Senhor do Bonfim, adotou a capital baiana como moradia e trabalhou como fiscal da prefeitura na Feira de São Joaquim. Cursou Letras na Universidade Federal da Bahia, onde começou a pesquisar a literatura popular. A partir daí, passou a admirar o cordel e a fazer a sua própria produção. Atualmente, tem mais de 80 cordéis publicados onde aborda vários temas  que transcorrem por temáticas educativo-instrutivas, políticas, informativas e históricas como “Cuíca de Santo Amaro, o tal poeta desbocado!”. Como professor e palestrante, exercita a prática de ensinar a escrever cordel.
Mãe Stella de Oxossi – Stella de Azevedo dos Santos é a primeira mulher negra e mãe-de-santo a assumir o posto de “imortal” pela Academia de Letras da Bahia (ALB), onde foi eleita por unanimidade em 2013. Mãe Stella ocupa a cadeira 33, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro Alves. O último imortal a ocupar o assento foi o historiador baiano Ubiratan Castro. Enfermeira de formação, doutora honoris causa da Uneb e articulista do Jornal A Tarde, Stella tem seis livros publicados na área do candomblé.

 

Maísa Miranda – Está entre as poucas cordelistas da Bahia. É Mestra em Literatura, nascida na região de São Felix, recôncavo da Bahia. Sua primeira produção foi o “ABC da Ribeira”, contemplada do alto da Colina Sagrada, fazendo referencia ao bairro da Cidade Baixa de Salvador, lugar de onde Maísa guarda grandes recordações e que hoje desenvolve trabalhos com a linguagem poética do cordel na escola publica Costa e Silva onde leciona.

 

Nadya São Paulo – É formada em Gestão e Design de Moda pela UNIFACS e trabalhou como bancária. Tem grande paixão pelas artes em geral e desde criança é leitora voraz dos livros de suspense e policiais. A partir daí surgiu um grande desejo de criar suas próprias histórias, dentre elas o romance Morte no Litoral: Um crime quase perfeito e Assassinato no Baile de Debutantes. Em 2010, a autora foi contemplada no Edital de Apoio à Edição de Livros de Autores Baianos pela Secretaria de Cultura da Bahia, através da Fundação Pedro Calmon, com o romance O Mistério da Casa na Praia.

 

Roberval Pereyr –  O poeta baiano nasceu em Feira de Santana em 1953 e é um dos mais ativos militantes da poesia no país. Cofundador da revista Hera, junto com o poeta Antônio Brasileiro, é professor de literatura na Universidade Estadual de Feira de Santana. Além de participar em diversas antologias, Pereyr publicou cinco livros de poesia: “As roupas do nu”; “Ocidentais”; “O Súbito Cenário”; “Concerto de Ilhas”; e “Saguão de Mitos”, e ainda tem inédito o volume “Nas Praias do Avesso”.

 

Ruy Espinheira Filho – Nascido em Salvador, cresceu em cidades do Sudoeste baiano. De volta à capital, ingressou no grupo boêmio capitaneado por Carlos Anísio Melhor.  Graduado em Jornalismo, mestre em Ciências Sociais e doutor em Letras pela Universidade Federal da Bahia, também acumula o título de doutor honoris causa pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB.  Nos anos 60, começou a publicar na revista Serial, criada por Antônio Brasileiro. Colaborou ainda com o Pasquim, como correspondente na Bahia, e foi contratado como cronista diário do Jornal da Bahia. É membro da Academia de Letras de Jequié (BA) e da Academia de Letras da Bahia. Ao longo de sua carreira, publicou 18 livros de poemas. Suas obras foram incluídas em diversas antologias no Brasil e no exterior (Portugal, Itália, França, Espanha e Estados Unidos).

 

Victor Mascarenhas – Escritor e roteirista é autor de “Cafeína”, livro de contos vencedor do Prêmio Braskem Cultura e Arte. Em 2011, foi um dos finalistas do Prêmio OFF Flip e lançou seu segundo livro: “A insuportável família feliz”. Em 2013, lançou seu primeiro romance: “Xing Ling – Made in China”. No cinema, foi um dos roteiristas do longo metragem “Esses moços” (2004) e teve um dos seus contos, “Leão Marinho”, adaptado para as telas pela Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia em 2010.