Você sabe o que é a aids?

Genilson Coutinho,
30/11/2012 | 18h11

Neste primeiro de dezembro será comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Mas você entende o que é a síndrome? Vamos descobrir:

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, popularmente conhecida como aids, é uma doença infecto-contagiosa causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), que leva à perda progressiva da imunidade. A infecção ataca as células do sistema imunológico, destruindo os glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A falta desses linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas. Quanto mais a doença progride, mais compromete o sistema imunológico e, consequentemente, a capacidade de o portador se defender de infecções.

Sintomas – Os primeiros sintomas aparentes causados pela aids são fraqueza, febre, emagrecimento e diarreia prolongada sem causa aparente. Na criança que nasce infectada, os efeitos mais comuns são problemas nos pulmões, diarreia e dificuldades no desenvolvimento.

Outros sintomas que indicam a contaminação pelo HIV são candidíase oral, sensação constante de cansaço, aparecimento de gânglios nas axilas, virilhas e pescoço, febre, fraqueza orgânica, transpirações noturnas e perda de peso superior a 10%.

Quando a doença está em um estágio mais agudo o paciente pode apresentar faringite, dores musculares e nas articulações; ínguas e manchas na pele que desaparecem após alguns dias; feridas na área da boca, esôfago e órgãos genitais; falta de apetite; estado de prostração; dores de cabeça; sensibilidade à luz; perda de peso; náuseas e vômitos.

Diagnóstico – Para combater cada vez mais a disseminação do vírus da aids, em 2005, o Ministério da Saúde implantou o teste rápido para HIV, disponível, gratuitamente, em toda Rede Pública de Saúde. O teste de aids pode ser feito gratuitamente nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs). O resultado sai em apenas 30 minutos.

Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo e quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida. É importante ressaltar que a presença do HIV no sangue só pode ser constatada de 30 a 60 dias após a exposição ao vírus. Assim, um teste de aids feito durante o período de janela imunológica pode apresentar um falso resultado negativo. A janela imunológica é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da aids e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue. Por isso, é melhor esperar mais 30 dias e refazer o exame.

Desde a implantação da testagem, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, já registrou um aumento de 340% no número de testes ofertados (de 528 mil, 2005, para 2,3 milhões, em 2011). De janeiro a setembro deste ano, já foram distribuídas 2,1 milhões de unidades do exame e a expectativa é fechar 2012 com a remessa de cerca de 2,9 milhões, apenas para detecção do HIV.

Transmissão – O HIV pode ser transmitido pelo sangue, esperma e secreção vaginal, principalmente no momento da relação sexual. O portador do HIV, mesmo sem apresentar os sintomas da aids, pode transmitir o vírus, por isso, a importância do uso de preservativo em todas as relações sexuais. O sexo oral também é uma das formas de contágio do HIV. O risco de contaminação durante o sexo oral é maior quando há ferimentos na boca (gengivites, aftas, machucados causados pela escova de dente) e se houver ejaculação.

Existe também a possibilidade da transmissão vertical, ou seja, da mãe infectada para o feto durante a gestação e o parto (conhecida como aids congênita) e se a gestante que tem o vírus não fizer o pré – natal correto a transmissão do HIV também pode acontecer por meio do leite materno.

A infecção pelo HIV não é transmitida por contato casual como abraçar, suor, beijo, picada de mosquitos, participação em esportes, tocar objetos tocados anteriormente por uma pessoa infectada pelo vírus, ou uso de banheiros públicos.

Tratamento – A aids ainda não tem cura. Porém, o Ministério da Saúde oferece aos portadores do HIV tratamento gratuito para viver com a doença. Ao procurar ajuda médica o paciente terá acesso ao tratamento antirretroviral. O objetivo do tratamento é melhorar a qualidade de vida do paciente e reduzir a carga viral, possibilitando a reconstituição do sistema imunológico. O atendimento é garantido pelo SUS.

Os soropositivos recebem tratamento e acompanhamento gratuitos nos Serviços de Atenção Especializada (SAE). Atualmente, o Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente 20 antirretrovirais, que representam investimentos de R$ 850 milhões por ano na aquisição dos medicamentos. Esses medicamentos retardam o aparecimento da aids e possibilitam maior qualidade de vida ao portador do vírus. Os antirretrovirais agem na redução da carga viral e na reconstituição do sistema imunológico.

Prevenção – O uso da camisinha durante a relação sexual é imprescindível para evitar a transmissão da aids. Os preservativos oferecem 10 mil vezes mais proteção contra o vírus da aids. Também deve-se evitar o compartilhamento de seringas e agulhas.

Gestantes devem obrigatoriamente fazer o teste de HIV durante o pré-natal. Se estiverem infectadas, é fundamental iniciar logo o tratamento a fim de evitar que o vírus seja transmitido para o feto. Hoje, é perfeitamente possível para uma mulher infectada engravidar e dar à luz um bebê livre do vírus.

Números da doença – Cerca de 70% dos pacientes com aids, que recebem medicamentos pelo SUS, apresentam cargas virais indetectáveis, ou seja, estão vivendo cada vez mais. Também houve uma queda de 12% no coeficiente de mortalidade padronizado (número de óbitos para cada 100 mil habitantes utilizando-se uma população padrão). A taxa de 6,3 óbitos por 100 mil habitantes em 2000 caiu para 5,6 em 2011.