UNESCO lidera nova iniciativa anti-bullying contra pessoas LGBT

Genilson Coutinho,
06/12/2011 | 15h12

A UNESCO lançou a primeira consulta internacional das Nações Unidas para lidar com o bullying contra alunos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), nas escolas e nas universidades. Estudos recentes, tais como o Discriminação em razão da Orientação Sexual e da Identidade de Gênero na Europa, do Conselho da Europa, identificaram atitudes homofóbicas e transfóbicas persistentes, em todo o mundo, o que deixa pessoas LGBT vulneráveis a taxas alarmantes de crimes de ódio, discriminação e violência por causa de sua orientação sexual.

A consulta ocorre entre 6 e 9 de dezembro, no Rio de Janeiro, Brasil (Hotel Golden Tulip Regent, Av. Atlântica, 3176, Copacabana). Ela explorará como melhor apoiar alunos e professores LGBT, prevenir e combater o bullying e a discriminação homofóbica e transfóbica nas escolas, e assegurar ambientes de aprendizagem LGBT-seguro.

Participaram da cerimônia de abertura Pedro Chequer, Coordenador do Unaids no Brasil (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids); Dida Figueiredo, representando a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Cláudio Nascimento, Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Fábio Cléber, representando a Rede Nacional de Jovens Vivendo com HIV/Aids e Mark Richmond, Coordenador Global da UNESCO para HIV e Aids e Diretor da Divisão de Educação pela Paz e pelo Desenvolvimento Sustentável

Essa iniciativa avalia programas e políticas existentes em todo o mundo a fim de compartilhar as melhores práticas com os ministérios da educação.

Nos Estados Unidos, mais de 90% dos estudantes LGBT afirmam ter sido vítimas de assédio homofóbico; na Nova Zelândia, 98% das pessoas LGBT afirmam que já foram verbal ou fisicamente abusadas na escola. Essa violência homofóbica viola o direito dos jovens à educação e a ambientes de aprendizagem seguros.

Como resultado do estigma e da discriminação na escola, jovens submetidos a assédio homofóbico são mais propensos a abandonar os estudos. Também são mais propensos a contemplar a automutilação, cometer suicídio e se engajar em atividades ou comportamentos que apresentam um risco à saúde.

 

Estão participando da consulta especialistas de 25 países Austrália, Bélgica, Lituânia, Camarões, China, Colômbia, Dinamarca, El Salvador, Macedônia, Inglaterra, País de Gales, Escócia, Irlanda, Israel, Jamaica, México, Namíbia, Holanda, Peru, Samoa, África do Sul, Suécia, Turquia, EUA e Brasil.