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Último acusado pelo assassinato da travesti Dandara dos Santos é condenado a 16 anos de prisão

Genilson Coutinho,
23/11/2021 | 10h11
Foto: Arquivo pessoa

Francisco Wellington Teles, 53, o oitavo e último acusado do crime que assassinou a travesti Dandara dos Santos, 42, em 2017, foi condenado a 16 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado. O julgamento dele aconteceu nesta quarta-feira (17), na 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza. 

Wellington foi quem, numa motocicleta, levou Dandara para o local onde ela foi brutalmente espancada antes de ser alvejada e morrer. O crime aconteceu no bairro Bom Jardim e ganhou repercussão internacional, à época, após o vídeo do assassinato circular nas redes sociais e aplicativos de mensagem.

Os jurados acataram a tese do Ministério Público do Ceará (MPCE) e condenaram Wellington com as qualificadoras por motivo torpevingança e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ele estava preso provisoriamente desde 15 de março de 2019, quando, foragido, foi capturado pela Polícia em Caucaia, na Região Metropolitana da Capital.

O júri foi presidido pela juíza Danielle Pontes de Arruda Pinheiro. A acusação foi feita pelo promotor de Justiça Marcus Renan Palácio. Já o advogado Alexandre Lima da Silva fez a defesa de Wellington.

Para condenar todos os envolvidos na morte de Dandara, ao todo, foram necessários três julgamentos: um em 5 de abril de 2018, outro em 23 de outubro de 2018 e, por fim, o desta quarta (17).

Segundo o MPCE, Wellington levou Dandara ao local do crime por vingança após tomar conhecimento que ela convivia com HIV. Os dois, segundo as investigações, se relacionaram. Por causa disso, ele também teria plantado a notícia falsa de que Dandara estava praticando furtos no Bom Jardim.

Para o promotor de Justiça Marcus Renan, a condenação de todos os réus do caso deve ter no mínimo um “efeito didático” e contribuir para inibir a prática de crimes do tipo, especialmente quando provocados por LGBTfobia. “A resposta que o Estado deu a esse crime e a punição imposta aos acusados servirão de desestímulo aos que supõem que vivem sob o manto do sentimento de impunidade. É inaceitável”, classificou o promotor.