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Turismo apresenta cartilha para melhorar serviços para viajantes LGBT

Genilson Coutinho,
07/11/2016 | 10h11

Os turistas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) representam 10% dos viajantes no mundo e movimentam 15% do faturamento do setor. Os dados são da Organização Mundial no Turismo (OMT) e mostram a importância desse segmento para o mercado turístico mundial. Com o intuito de melhorar o atendimento a estes viajantes, o Ministério do Turismo lançou na última  sexta-feira (4) a publicação Dicas para atender bem turistas LGBT durante a Feira Internacional de Turismo de Gramado, Festuris  na cidade gaúcha.

Na publicação, que estará disponível nos formatos impresso e online, é possível encontrar informações sobre legalidade, conceitos básicos e dicas de como atender bem. Entre os conceitos tratados no guia estão a diferença entre identidade de gênero, sexo biológico e orientação sexual. Foram produzidos 19 mil exemplares que serão distribuídos entre as secretarias estaduais e municipais de turismo.

“O Ministério do Turismo está atento aos públicos identificados como prioritários pelo Plano Nacional de Turismo. Precisamos entender as necessidades de cada perfil de viajante para oferecer o melhor atendimento possível para transformar a experiência do turista no país ainda mais positiva”, explicou o ministro do Turismo, Marx Beltrão.

No capítulo Dicas para atender bem, os estabelecimentos são orientados a tratar os clientes pelo nome social, oferecer promoções para casais e datas especiais, além de recomendar usar sempre o termo orientação sexual. A publicação é uma parceria do Ministério do Turismo com o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e o Ministério da Justiça.

MERCADO – O turismo LGBT é um dos segmentos de mercado que mais crescem no mundo e um nicho atrativo para destinos turísticos. Estudos do World Travel EC1 Tourism Council revelam que o turista LGBT gasta, em média, 30% a mais e viaja 4 vezes mais do que outros segmentos. De acordo com a IGLTA (The International Gay & Lesbian Travel Association), o mercado de viagens gays e lésbicas movimenta US$54 bilhões anuais.  Além disso, 67% afirmam dar preferência aos meios de hospedagem que se posicionam como “gay-friendly”. Em agosto, o Rio de Janeiro ganhou o título de melhor cidade praia gay da América Latina.

No final de setembro, a 44ª ABAV Expo Internacional de Turismo, mais importante feira do setor no Brasil, também colocou o turismo LGBT em sua pauta de discussões. Franco Reinaudo, ex-agente de viagem especializado na clientela gay e atualmente diretor do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, apresentou estratégias para atrair e fidelizar a clientela gay: respeitar a diversidade sexual é uma forma de cativar os clientes do negócio.  “Quando se conhece e se entende a diversidade sexual, o preconceito acaba”, avaliou.

GUIAS SEGMENTADOS – O Ministério do Turismo lançou este ano guias para atender bem turistas de dois outros segmentos – pessoas com deficiência e idosos. “Estamos confiantes de que estamos no caminho certo para oferecer uma experiência turística de qualidade e atenta as demandas de cada um dos seguimentos definidos como prioritários no país”Isabel Barnasque, diretora substituta do Departamento de Formalização e Qualificação no Turismo.