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Três mulheres que fizeram a diferença no cenário LGBT de Salvador em 2016

Genilson Coutinho,
08/12/2016 | 10h12

Inês Silva (Foto: Genilson Coutinho )

O ano de 2016 está chegando ao fim com bons motivos para a comunidade LGBT celebrar (outros nem tanto), mas o fato é que, para festejarmos agora , muita gente trabalhou para garantir espaço e visibilidade à causa. É hora de exaltarmos aqueles que “deram a cara a tapa” com seus projetos, ideias e posicionamentos tão importantes para os LGBTS na capital baiana.

Neste grupo estão Inês Silva, Andréa Magnoni e Elizabeth Dantas, três mulheres que ao longo de 2016 promoveram ações assertivas que verberaram por toda a cidade, fortalecendo a própria militância.

A incansável Inês Silva é coordenadora do grupo *”Famílias Pela diversidade“, que promoveu encontros de mães de outros estados, piquenique, botou trio na parada LGBT de Salvador pelo segundo ano, liderou a caminhada contra a LGBTfobia nas ruas do Rio Vermelho na semana do assassinato do jovem Leonardo Moura (vale ressaltar que esse foi um dos eventos do movimento LGBT de Salvador que mais atraiu gente pra rua em 2016).

Inês e seu grupo continuam movimentando os bairros populares de Salvador com o Projeto “Braços que se abraçam”, que tem levando para comunidades carentes debates e orientações sobre como lidar com a descobertas de um filho gay, entre outros assuntos da pauta LGBT.

Andréa Magnoni (Foto: Genilson Coutinho)

Quem também não ficou parada foi a fotografa Andréa Magnoni. Ela foi um das responsáveis por incentivar o debate sobre mulheres e homens trans, através do projeto “De Trans pra frente” que aconteceu no palco do Teatro Gregório de Mattos. Na conta de Andrea também estão a exposição “Flores para Tita” e o movimento com os homens trans que ganharam o circuito do carnaval por meio das suas fotografias dentro do projeto “GuerreirXs”, no trio do Famílias pela Diversidade .

E quem pensa que Magnoni se ateve a Salvador está enganado. A fotógrafa também viajou, levando a questão LGBT para outros estados através da sua exposição, além de participar de debates. E ela ainda continua construindo novos projetos que trarão ainda mais visibilidade para os transexuais, com muita garra e o desejo de fazer a diferença, seja com as suas palavras, seja através da sua arte.

Beth Dantas (Foto: Reprodução/ Facebook)

Outro destaque foi a professora Elizabeth Dantas, que encontrou sua maneira de militar através dos seus projetos, participando e assessorando grupos como o GGB e o grupo “Famílias pela Diversidade”, em importantes projetos como a Semana da Diversidade, a Parada LGBT e na produção do Trio do Famílias com o projeto Guerreirxs, que teve a participação de Andréa Magnoni e do artista plástico Roddolfo Carvalho. Além de coordenar projetos culturais como o “Fusca” e o “BrechóEcoolidário”, e outras ações de extensão da Unifacs, e em todas essas atividades inserir discussões sobre as questões LGBTs, que sempre encontraram espaço para um debate, exposição ou mesmo um cartaz.

Elizabeth também deve ser lembrada pelo trabalho de “formiguinha” junto aos seus alunos, ao promover debates sobre lgbtfobia, direitos humanos, cidadania e respeito, em um esforço para agregar valores importantes ao currículo desses futuros profissionais. Podemos destacar o importantíssimo debate sobre a saúde da população LGBT, realizado em parceira com o Dois Terços e a UNAIDS, que prendeu a atenção dos alunos de medicina por mais de 2h.

Para nós do site Dois Terços, que temos cidadania, notícia e enterramento como pilares, não dava pra deixar o ano passar sem registar e parabenizar o trabalho dessas guerreiras que estão sempre prontas a colocar a mão na massa.

*O Grupo “Famílias pela Diversidade” anteriormente era chamado de “Mães pela Diversidade”.