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Travesti é morta a facadas durante briga em bar no Centro de São Paulo

Genilson Coutinho,
17/10/2018 | 10h10

Testemunha ouviu gritos de ‘Bolsonaro’ durante discussão em que ela foi ferida no Largo do Arouche. — Foto: Arquivo Pessoal

Uma travesti foi morta durante uma briga na madrugada desta terça-feira (16) no Largo do Arouche, região da República, Centro de São Paulo. Ao G1, uma testemunha disse que, durante a discussão em que a travesti foi agredida, em frente a um bar, ela ouviu alguns homens gritando o nome do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro.

A Polícia Militar informou que o crime ocorreu por volta das 4h50 desta terça, quando recebeu um chamado sobre uma pessoa esfaqueada e sangrando no Largo do Arouche, altura do número 150.

A vítima, que ainda não foi identificada, foi levada pelo Corpo de Bombeiros ao Pronto-Socorro da Santa Casa, mas morreu a caminho do hospital.

Uma vizinha ao bar, que preferiu não se identificar, estava dormindo em seu apartamento na região e disse à reportagem que ouviu os gritos da discussão em que a travesti foi agredida.

“Ela estava com quatro ou cinco homens em frente ao bar. E daí eu comecei a ouvir gritos, uma discussão, uma briga. Chamavam ela de vários nomes, agressões verbais, e gritavam ‘Bolsonaro'”, disse.

A testemunha contou que, em seguida, os homens fugiram e ela ouviu a vítima pedindo ajuda, dizendo que “ia morrer”.

Outra vizinha do bar contou ao G1 que chegou a ouvir gritos de “Bolsonaro, ele sim!” durante a discussão.

A travesti conseguiu caminhar meia quadra, segundo a testemunha, até um hotel no Largo do Arouche, onde seguranças acionaram a PM e o Corpo de Bombeiros para o resgate.

Segundo a PM, o caso foi registrado como homicídio no 3º Distrito Policial (Campos Elíseos). Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que foi realizada perícia no local onde o corpo foi encontrado e onde teriam começado as agressões.

“Diligências estão em andamento para localizar testemunhas e imagens de câmeras de segurança que possam auxiliar na identificação da autoria do crime. O corpo foi encaminhado ao IML para exame necroscópico”, diz a nota.