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Transsexual é agredida a pauladas por vizinho em Pernambués

Genilson Coutinho,
15/03/2016 | 09h03

Marcas das agressões

O Grupo Gay da Bahia (GGB) recebeu uma denúncia feita por Ana Paula Menezes, após sua filha transexual Bruna Menezes Conceição Dantas Vitória, 23, ser vítima de tentativa de homicídio nesta segunda-feira (14), por volta das 20h, no bairro de Pernambués , em Salvador.

No momento do crime, ela estava acompanhada da filha e do genro que voltavam para casa e foram surpreendidos por dois homens portando um pedaço de madeira e uma arma de fogo.

Bruna recebeu pauladas em diversas partes do corpo, desferidas por um dos homens. No momento da agressão, o marido da vítima partiu par sua defesa e o tiro disparado para matá-la alvejou o companheiro na virilha, atravessou o pênis, e a bala acabou alojada em uma das pernas.

O homem baleado foi socorrido pela Samu 192 e recebe atendimento no Hospital Geral do Estado. Seu quadro de saúde é crítico devido aos ferimentos provocado pelas perfurações.

Em conversa por telefone, Bruna disse que o motivo da violência sofrida pelo casal teria sido causada por um desentendimento entre a sobrinha do agressor, identificado como “Chaparrau”. “Ela vinha me atormentado há três meses, me discriminando por seu ser uma mulher trans. Não só a mim quanto ao meu companheiro”, declarou Menezes ao informar que a mulher dizia que “ali não era lugar para eu morar”, por conta da sua identidade de gênero.

Tudo indica que tenha sido um caso grave de transfobia. “Ela me via e fazia gestos obscenos, batia a mão nas suas partes íntimas, dizendo que ela tem vagina e eu não. (…) Dizendo que o meu marido deveria procurar uma mulher”, denunciou. (…) “O que fazer? Meu marido no hospital correndo risco de vida, eu toda cheia de hematomas pelo corpo… eu quero justiça, quero respeito” desabafou.

O caso está sendo acompanhado pelo delegado da Polícia Civil André Mauricio, titular da 11ª Delegacia de Tancredo Neves, onde o agressor está detido para ser ouvido e deverá responder criminalmente por tentativa de homicídio qualificado.

O GGB se une à família que teve coragem de denunciar a violência covarde fundamentada no preconceito. O nome da sobrinha do agressor, bem como o nome do segundo elemento, não foi revelado pela vítima.