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Transformista morto teria denunciado traficante; polícia investiga o caso

Genilson Coutinho,
11/05/2015 | 12h05

andreza

“A pergunta que eu faço é: quem teria interesse em matar Andrezza Lamarck?”, questiona Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB). Ele se refere ao assassinato do transformista Fernando Bergen Monteiro, de 46 anos, morto no Tororó na noite de sexta-feira.

Ele foi enterrado às 11h de domingo, no cemitério municipal de Itapuã. O sepultamento foi acompanhado pela mãe e pelos dois irmãos, que também reconheceram o corpo no Instituto Médico Legal (IML).

No fim de semana, o GGB publicou virais nas redes sociais e, a partir de segunda, Marcelo Cerqueira pretende ir, pessoalmente, pedir rapidez da polícia. O delegado Guilherme Machado, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirma que já existem novidades na investigação, mas ainda não pode revelar para não atrapalhar o andamento do caso.

“Conseguimos solucionar os últimos casos envolvendo homossexuais e transexuais”, pontuou. No domingo, uma fonte que não quis se identificar contou ao CORREIO que, há dois anos, Fernando teve que sair às pressas de sua antiga casa por ter delatado um traficante local. O homem teria acabado preso.

“Mas não faria sentido a vingança acontecer só agora. Como Andrezza trabalhava na noite, seria uma vítima fácil a qualquer momento”, avalia a fonte. Andrezza Lamarck, personagem inspirada em Clara Nunes, era conhecida na noite gay de Salvador.

Além de atuar, Fernando também trabalhava como maquiador. Na sexta, ele voltava de uma apresentação no clube Planetário 11, próximo ao local do crime. Testemunhas que estavam na região no momento do crime afirmaram que dois homens saíram de dentro de um Ford Fiesta Hatch, dispararam pelo menos quatro vezes contra o artista e depois fugiram no sentido Joana Angélica.

“Existem câmeras de segurança na Joana Angélica que podem identificar o carro. Esperamos que a polícia veja essas imagens”, afirma Marcelo.

Do Correio da Bahia