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Transexual é morta a pauladas por jogador de futebol , diz polícia

Genilson Coutinho,
22/06/2018 | 08h06

Corpo de Thalia Costa Barboza foi encontrado na manhã desta quinta-feira (21) às margens do Rio Uruguai, em São Borja (Foto: Gelci Saraiva/Folha de São Borja)

Uma transexual foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira (21) às margens do Rio Uruguai, em São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. A vítima foi identificada como Thalia Costa Barboza, de 33 anos. Conforme a polícia, ela foi morta a pauladas por Douglas Gluszszak Rodrigues, de 22 anos, que jogava futebol pela Associação Esportiva São Borja, time que disputa a Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho.

O suspeito foi preso em flagrante na manhã desta quinta e, de acordo com o delegado Marcos Ramos Vianna, confessou o crime, mas não informou a motivação. Em depoimento, Douglas disse que só vai falar em juízo, de acordo com seu advogado, Walter Prieb. A polícia investiga a motivação.

Na tarde de quinta-feira (21), o advogado ainda aguardava a homologação do flagrante de Douglas, para decidir sobre medidas em relação à prisão do jogador. Douglas está na Penitenciária Estadual de São Borja, de acordo com a defesa.

“Eles tinham uma relação recente, de aproximadamente 15 dias. Mas ainda não sabemos por que ele matou ela”, diz o delegado.

A polícia chegou até o atleta, natural de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por meio de câmeras de segurança. Os dois aparecem chegando juntos a um apartamento. Os documentos da vítima, além do carro dela, foram encontrados próximo à residência onde o suspeito morava, junto com outros colegas de equipe.

“Conversamos com uma senhora que faz a limpeza do apartamento e ela relatou que achou uma toalha suja de sangue no local. O suspeito também está com as mãos cortadas, provavelmente das agressões”, conta Vianna.

A polícia trata o caso, inicialmente, como homicídio qualificado, devido à forma cruel como a vítima foi morta.

O crime causou comoção na cidade, porque Thalia era conhecida pela atuação em defesa da igualdade de gênero. Ela trabalhava como vendedora de títulos de capitalização.

‘Estamos sem saber o que aconteceu’, diz dirigente

O diretor de futebol da Associação Esportiva São Borja, Eduardo Rocha Santos, disse ao portal  G1 que a prisão pegou a todos de surpresa. Conforme ele, policiais civis foram até o clube pela manhã e informaram sobre a situação. Douglas treinava normalmente até então.

“O clube prontamente abriu as portas. Levamos o Dougals até a polícia para prestar esclarecimentos, e prestamos todo o auxílio que a polícia precisou, abrimos o alojamento onde o Douglas morava…”, disse o dirigente.

De acordo com Eduardo, o jogador chegou ao clube no fim de março, e atua na equipe desde abril. Ele morava junto com outros 16 atletas em um alojamento na cidade.

“A gente sempre está olhando, está em cima, e até o presente momento não tínhamos percebido nada. Fazemos checagem policial, e não tinha nenhum antecedente. O clube ficou abalado, ele fazia parte do grupo”, acrescentou.

Eduardo também disse que a família do atleta viaja até São Borja para acompanhar a situação.

“Estamos sem saber o que aconteceu. O clube não comunga com isso, foi uma coisa fora dos parâmetros”, comentou.