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Transexual é agredida e ameaçada de morte por vizinho em Pernambués

Redação,
09/11/2015 | 11h11
Foto: Arquivo pessoal de Arieane

(Foto: Arquivo pessoal)

A transexual Ariane Senna, estudante de psicologia, foi mais uma vez agredida verbalmente, na tarde do último domingo (8), pelo vizinho Eduardo, conhecido como “Duda”, que utiliza palavras de baixo calão sempre que a vê passar pela rua com seu companheiro.

“Toda vez que passo ele sempre tem uma piadinha e fica fazendo pouco caso de mim, mas ontem não suportei e voltei para perguntar pra ele o motivo de tanto ódio e preconceito, e o questionei se ele se sentiria bem ao sofrer o mesmo  tipo de tratamento por ele ser negro”, conta Ariane. No meio da discussão, ela afirmou ter cobrado respeito, citando o episódio de outro dia, em que Eduardo teria mostrado o pênis da laje da casa dele para ela. Neste momento ele teria ficado enfurecido e partiu para agredi-la fisicamente. “Então corri e ele correu atrás de mim, me pegou pelos braços, apertou bastante e deixou meu corpo cheio de marcas, e ainda ameaçou, dizendo ‘você vai morrer, viado, tenho irmão na polícia e vou mandar lhe matar'”, teria disparado o vizinho.

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Bastante assustada com as ameaças, Ariane e seu companheiro passaram o resto do dia na casa de Marina Garlem, militante LGBT. A estudante transexual já fez a denúncia ao disque 100 e espera as orientações de Paulet Furacão, para continuar com as medidas cabíveis.

Com medo e cansada dos insultos, não apenas do vizinho, Ariane desabafa e conta que, apesar de toda militância que há no bairro, onde realiza Parada da Diversidade para combater o preconceito, ela ainda sofre muito. “Não mexo com ninguém, venho da faculdade para casa e meu companheiro do trabalho para casa, mas quando passo, tenho que escutar todo tipo de piada. Isso é sofrimento psicológico diário, pois não consigo entender o porquê dessas pessoas se sentirem tão incomodadas conosco”, desabafa Ariane, ainda abalada com os últimos acontecimentos.

No início da tarde desta segunda-feira (9), Ariane retornará a delegacia para prestar queixa.