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Transexual Carol Marra lança linha de biquínis: “A maioria de nós é empurrada para prostituição”

Genilson Coutinho,
13/10/2014 | 10h10
Carol Marra - modelo transex lança linha de biquínis (Foto: Divulgação)

Carol Marra – modelo transex lança linha de biquínis (Foto: Divulgação)

A modelo transexual Carol Marra vai lançar uma linha de biquínis assinada por ela, em parceria com a marca Biquíni Brasil. “Os donos da grife viram uma entrevista minha e ficaram sensibilizados com minha historia e luta. A nós, transex, faltam oportunidades para desenvolver nossos talentos e ter profissão digna. A maioria é empurrada covardemente para prostituição”, afirma Carol, que fez as fotos da campanha em Marbella, na Espanha. A modelo não tem medo das mulheres não comprarem um produto vendido por uma transexual. “Vejo tantas personalidades com jeito vulgar e que não dizem a que vieram lançarem produtos e terem retorno. Eu tenho cuidado com minha imagem e postura. Seria hipócrita uma mulher fazer associação do biquíni com a minha condição sexual”, diz ela, que por não ter feito ainda a operação de redesignação sexual, usou de truques que aprendeu que algumas amigas para esconder o dito cujo. “O que não é para ter, a gente esconde. Estou conversando com uma equipe médica sobre a operação, mas não quero transformar esse momento especial da minha vida em um circo”.

Transexuais ainda sofrem muito com preconceitos?
Infelizmente existe e números não são divulgados. Talvez nem entre nas estatísticas, mas diversas travestis, transexuais e homossexuais são agredidos e até assassinados e nada é feito, nem noticiado. Parece algo como uma espécie de limpeza urbana da cidade. É preciso equiparar esses crimes ao crime de racismo. Que Brasil é esse que existem leis que protegem as crianças, mulheres, negros e índios, mas a comunidade LGBT é desamparada? Não somos gente? Na hora de votar e pagar impostos somos cidadãos, mas depois somos esquecidos e marginalizados. Esta na hora do estado e da sociedade ter um olhar de carinho e respeito. Mais do que amar o igual, é preciso amar o ‘diferente’. Aí sim teremos um mundo melhor para todos nós. Veja a entrevista completa aqui realizada pelo   colunista Bruno Astuto