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‘Tira a lista, que o projeto é votado’, diz vereadora evangélica contra temática LGBTQIA+ em plano de cultura

Genilson Coutinho,
03/12/2021 | 13h12
Foto: Reprodução/YouTube

A vereadora Débora Santana (Avante), que integra a bancada evangélica na Câmara Municipal, voltou a defender a exclusão do termo cultura LGBTQIA+ no texto que cria o Plano Municipal de Cultura de Salvador, em tramitação na Casa desde junho. A votação da matéria, que ocorreria na última quarta-feira (1º), acabou adiada após o bloco defender que o movimento não deve ser relacionado à cultura, mas sim à orientação sexual. A expectativa é que a proposta seja apreciada em sessão da próxima terça-feira (7).

“Nós, da bancada evangélica, fizemos algumas emendas ao projeto, mas que não foram acatadas. Solicitamos que o texto original fosse mudado para uma coisa geral, não uma coisa específica, de algumas comunidades. A cultura é muito abrangente, não se resume a algumas pessoas ou a algumas entidades”, declarou Débora em entrevista à Rádio Metropole na manhã desta sexta-feira (3).

“A gente pediu só que tirasse uma lista, porque tinha uma lista de índio, várias outras… crianças, LGBTQIA+, e não contemplava tudo. Então a gente pediu que tirasse a lista e colocasse todos em situação de vulnerabilidade, incluindo todos, sem a lista. Foi a única solicitação que a gente fez e não foi atendida. Por isso, a gente está querendo que se coloque [de maneira genérica]. Não precisa de lista. É só colocar todas as cultura em situação de vulneráveis, sem especificar quais”, afirmou a vereadora. 

“É uma questão, pra muitos, polêmica. Mas, pra gente, é muito simples: tira a lista, e o projeto é votado, sem problema nenhum”, acrescentou Débora.

“Argumento muito frágil”, rebate Sílvio Humberto

Mais cedo, também em entrevista à Rádio Metrópole, o vereador Silvio Humberto (PSB) afirmou que convicções religiosas não podem impedir a inclusão produtiva de pessoas LGBTQIA+ no Plano Municipal de Cultura, do qual ele é relator.

“A bancada cristã tem se colocado contrária ao que está no plano como cultura LGBTQIA+. Eles advogam que não existe a cultura LGBTQIA+. Eu acho um argumento muito frágil”, disse o vereador.

“Eles tentam demonstrar que o conceito cultura LGBTQIA+ não existe. E nós estamos mostrar, por A mais B que existe e que, nesse momento, o setor cultural tem sido um dos mais prejudicados com  pandemia. Foi o primeiro a parar e o ultimo a estar retomando suas atividades.

Segundo Humberto, ainda que ele faça parte do bloco de oposição, é preciso reconhecer que o plano foi concebido pelo Executivo com uma dimensão estratégica da cultura soteropolitana. “Eu sou da oposição, mas reconheço o quanto esse plano tem caráter participativo”, disse.

*As informações são do Metro 1.