Terreiro de Jesus recebe iluminação cênica para cinco monumentos tombados
Cinco monumentos conhecidos como os mais importantes do Terreiro de Jesus, no Centro Histórico de Salvador (CHS), serão os destaques do projeto de iluminação cênica que o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), autarquia da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), começa a desenvolver neste segundo semestre (2012).
O projeto luminotécnico beneficiará a Catedral Basílica que receberá 179 luminárias, a Faculdade de Medicina – a primeira do Brasil – com 87 luminárias, a Igreja de São Domingos com 69 luminárias, a Igreja de São Pedro dos Clérigos com 65 luminárias e a Igreja do São Francisco – famosa por ter cobertura interna com lâminas de ouro – que ganhará 199 luminárias.
A ideia é ressaltar as linhas e estilos arquitetônicos das construções seculares, incorporando sombras e texturas como elementos de composição e contraste, para um impacto cênico ainda maior para quem visita o Pelourinho à noite.
LUZ – De acordo com o arquiteto fiscal das obras do IPAC, Adolfo Roriz, a luminosidade é uma das mais privilegiadas formas de realçar imóveis relevantes para a história de uma cidade. Os serviços devem ser finalizados em dezembro (2012). Os monumentos receberão lâmpadas tipo ‘Led’, uma vez que oferecem o maior rendimento com baixo consumo.
“Além de tombados individualmente, esses cinco grandes monumentos estão em área de preservação rigorosa”, diz Roriz. Será adotada iluminação artística avançada com técnicas e elementos decorativos. “Criaremos oportunidade de visualização ampla e moderna, desde o nível das ruas até os pontos mais elevados, onde a iluminação pública não é capaz de proporcionar luz”, esclarece o arquiteto do IPAC.
RECURSOS – O investimento está avaliado em cerca de R$ 2,5 milhões do Tesouro Estadual. A empresa executora, vencedora de licitação pública, é a Neoluz Projetos e Engenharia Ltda. Quem passa pelas ruas do Pelourinho, já percebe a movimentação de obras, placas de sinalização e fiação dos equipamentos.
Depois de finalizada a iluminação dos cinco mais importantes monumentos do Terreiro, o projeto segue para outros bairros, como Carmo, Saúde e Santo Antônio. Na lista de beneficiamento estão a Ordem Terceira de São Francisco, as igrejas do Boqueirão, São Miguel, Santo Antônio e Saúde, o monumento Cruz do Pascoal no bairro de Santo Antônio, o prédio do Arcebispado e o edifício da Coelba, na Praça da Sé. No Pelourinho receberão iluminação especial a igreja do Rosário dos Pretos, Casa do Benin, Fundação Casa de Jorge Amado, Museu da Cidade e Solar Ferrão.
SEGUNDA ETAPA – Essa será a segunda etapa de iluminação que o Governo do Estado da Bahia executa no CHS, já que na primeira, em 2009, implantaram-se 305 luminárias em estilo ‘Caiscais’ – remetendo ao colonial – na grande extensão de ruas entre a Ladeira da Praça e o Largo do Carmo, com investimento de R$ 1,2 milhão. Esses lampiões têm mais durabilidade, baixo custos de manutenção e projeção de luz com alcance de 25 metros que garante iluminação para todos os pontos das ruas.
O planejamento da ação tem partido do Escritório de Referência do Centro Antigo de Salvador (Ercas), instância criada pelo governador Jaques Wagner para articular ações entre sociedade civil, órgãos e secretarias da prefeitura municipal, governos estadual e federal, com participação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) para a requalificação dessa região da capital baiana. Constitucionalmente o Centro Histórico é responsabilidade da Prefeitura do Salvador. A área tem proteção do governo federal, via Ministério da Cultura, e o Estado desenvolve ações pontuais no local. Dentre elas, o IPAC/Secult já coordenou mais de R$ 20 milhões em obras no Palácio Rio Branco, igrejas do Rosário dos Pretos (Pelourinho), Boqueirão (Santo Antônio) e Pilar (Comércio), além da Casa das Sete Mortes.
Segundo o diretor geral do IPAC, Frederico Mendonça, até a Copa de 2014 será finalizado o Palco Articulado do Pelourinho. “O palco é retrátil e de alta tecnologia protegendo o Largo que sofria com montagens e desmontagens de grandes palcos, condenadas pelo Iphan/MinC, destruindo calçadas, ruas e impactando os seculares imóveis”, relata Mendonça. Em parceria com o Instituto dos Arquitetos do Brasil, o IPAC promoveu ainda um Concurso Nacional para requalificar três largos do Pelourinho também até 2014.