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Técnicos de Comunidades Terapêuticas são capacitados para acolhimento da população LGBTQI+

Genilson Coutinho,
15/05/2019 | 22h05

Thiffany Odara, Educadora Social e Redutora de Danos do CPDD, Foto: Camila Rangel – Ascom SJDHDS

Com o tema “Acolhimento Transitório de Pessoas LGBTQI+ que tem problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas”, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), através Superintendência de Políticas sobre Drogas e Acolhimento a Grupos Vulneráveis (SUPRAD), realizou hoje (15), uma capacitação das equipes técnicas das Comunidades Terapêuticas.
De acordo com Emanuelle Santos, Diretora de Prevenção de Riscos e Danos da SJDHDS, mensalmente, a Suprad realiza encontro com as 12 Comunidades Terapêuticas parceiras e também com outros serviços da rede Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e Sistema de Justiça, para qualificar o atendimento das equipes técnicas junto aos usuários de substâncias psicoativas.
“As Comunidades Terapêuticas são organizações da Sociedade Civil que são caracterizadas pelo espaço de acolhimento a pessoas que tem problemas com o uso de drogas. Além do apoio financeiro, prestamos apoio institucional e técnico. Neste mês, especificamente, o foco dos debates estão sendo sobre o acolhimento às pessoas que tem a orientação sexual LGBTQI+ e a garantia dos direitos dos assistidos”, explicou Emanuelle.
Durante a capacitação, foi destacada a importância dos profissionais que trabalham com esse público desenvolverem um olhar mais crítico e reflexivo sobre a sociedade, percebendo de que forma esse usuário vai demandar acolhimento e quais são as formas de garantir que seus direitos sejam respeitados, percebendo todas as formas de exploração e opressão que o LGBTQI+ sofre.
“É necessário pensar na população LGBTQI+ como um sujeito de direitos, respeitando o processo do uso de substâncias psicoativas, na perspectiva na redução de danos. O profissional que faz o acolhimento precisa ter essa expertise. O que a gente não pode, de jeito nenhum, é colocar regras nos diretos, destacou a assistente social do CPDD/SJDHDS, Deise Souza.
No segundo momento da capacitação, Thiffany Odara, Educadora Social e Redutora de Danos do CPDD, fez uma explanação sobre a importância de quebrar tabu, desmistificar preconceitos e poder, de fato, lutar por equidade social, garantia de direitos e um atendimento mais humanizado para a população LGBTQI+.
“Não podemos falar de acolhimento, sem falar de gênero, raça e classe, pois são coisas intimamente ligadas. Não podemos depositar no sujeito um conhecimento e deixar de levar em consideração a vivência do outro, por isso abordei questões com a interseccionalidade. É preciso conhecer as vulnerabilidades sociais que acarretam a vida das pessoas, entendendo como as pessoas são colocadas em situação de vulnerabilidade em nosso país”, pontuou Thiffany.
O Padre Edilberto Amorim, também presente na capacitação, trabalha com usuários no sudoeste da Bahia e destacou que o conservadorismo religioso não pode ser entrave para o acolhimento das pessoas. “Atravessamos um momento difícil em questão de acolhimentos principalmente quando se trata da população LGBTQI+, precisamos mudar e melhorar nossos conceitos, acolher a pessoa como cidadão, valorizando a vida”, disse ele.