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Sou Escrava abre a 3ª Mostra de Filmes sobre Tráfico de Pessoas em Salvador

Genilson Coutinho,
29/07/2015 | 09h07

soul

Produção que desnuda os horrores da escravidão moderna, o filme Sou Escrava (I Am Slave, produzido em 2010 pelo canal britânico Channel 4) abriu a 3ª Mostra de Filmes sobre Tráficos de Pessoas, na da última segunda-feira (27). A ação, realizada pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), integra a agenda da Campanha Coração Azul e segue até amanhã (29), sempre às 14h, na Biblioteca Pública dos Barris.
O primeiro dia da mostra atraiu estudantes, pesquisadores do tema e agentes multiplicadores de ações de enfrentamento e prevenção ao tráfico humano. “ A intenção é disseminar conhecimento e fomentar a discussão sobre a prática criminosa que ainda perdura nos dias de hoje”, explicou a psicóloga do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, Cleide Torres.
O longa Sou uma Escrava é baseado na história real da sudanesa Mende Nazer. Malia (Wunmi Mosaku) vivia nas montanhas Nuba do Sudão ao lado da família e do pai Bah (Isaach de Bankolé), grande lutador reconhecido em seu povo. Aos 12 anos de idade, Malia é levada como escrava para Londres, após um ataque à sua aldeia, sendo vendida para uma família de classe média alta que a obriga a fazer serviços domésticos por longas jornadas e a submete a agressões durante sete anos.
Para o sociólogo e professor universitário Adailton Souza, que foi um dos comentaristas do filme no evento, a produção mostra que as experiências de escravidão registradas na história desumanizam as vítimas, transformando-as em mercadorias. Souza chamou a atenção para os recortes racial e de gênero no filme: “O que esteve presente no filme a todo momento foi a relação de poder estabelecida. Era a de uma família branca contra uma mulher negra”, disse.
Já a assistente social do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP), Dilmeire Amorim, destacou a atualidade do tema. “É preciso que todos saibam que a escravidão ainda persiste nos dias atuais”, lembrou.
A amostra segue hoje (28), com o filme francês Busca Implacável, dirigido por Pierre Morrel, que conta a história do um ex-agente do governo cuja filha Kim (Maggie Grace) é sequestrada para fins de exploração sexual. Já amanhã (29), é a vez da produção Coisas Belas e Sujas: em Londres, um nigeriano, Okwe (Chiwetel Ejiofor), trabalha como motorista de táxi de dia e à noite é o recepcionista do Baltic, um pequeno hotel. Numa noite, ao vistoriar o quarto 510, repara que o vaso sanitário estava entupido e toma um choque ao saber o motivo do entupimento: um coração humano.
Interessados em conferir a mostra devem realizar a inscrição através do e-mail julhoazul@sjdhds.ba.gov.br.