Sede do grupo gay de Niterói é atacada

Genilson Coutinho,
21/02/2014 | 10h02

A sede do Grupo Diversidade Niterói (GDN) foi atacada na madrugada desta quarta-feira. Um grupo de vândalos, ainda não identificados, invadiu o imóvel do grupo, na Rua São João, destruiu os arquivos e pichou nas paredes expressões homofóbicas. O GDN há dez anos luta contra a homofobia em Niterói e é um dos organizadores da Parada do Orgulho LGBT da cidade, que no ano passado chegou à nona edição. É o segundo caso de ataques homofóbicos na Região Metropolitana do Rio em menos de uma semana. No último sábado, um casal foi agredido ao sair de um bloco carnavalesco no Centro do Rio.

Os prejuízos ao ataque à sede do GDN ainda não foram contabilizados. Pelas redes sociais, simpatizantes da causa LGBT protestaram contra a violência sofrida pelo grupo. Além da destruição da sede, computadores e documentos foram roubados. O diretor de cultura do grupo, Felipe Carvalho, ainda tenta entender o que aconteceu.

— Ontem, saímos daqui à noitinha. Quando chegamos aqui agora à tarde, nos deparamos com essa destruição. Há pichações por todo o lado e tudo foi destruído. É difícil — lamentou.

Não é a primeira vez que a cidade vive situações de intolerância. No ano passado, sete jovens neonazistas foram presos após agredirem um nordestino no Centro. De acordo com as investigações, os jovens — seis homens e uma mulher — tinham tatuagens de suásticas e vestiam camisas com referências neonazistas. Alguns deles tinham a cabeça raspada. Com o grupo, a polícia encontrou duas facas, um bastão, panfletos e ferramentas usadas para tortura.

— Esperamos rápida resposta das autoridades sobre a crescente onda de intolerância que afeta a nossa cidade — cobrou pelas redes sociais o militante Victor de Wolf.

Os responsáveis pelo GDN ainda não registraram o caso na polícia. Segundo o presidente do grupo, eles estão terminando o inventário dos prejuízos para acionar as autoridades.

No último final de semana, as namoradas Vanessa de Holanda, de 24 anos, e Leidiane Carvalho, de 31, foram atacadas após deixar o bloco Boi Tolo, que saiu no sábado, no Centro do Rio de Janeiro. Vanessa foi foi espancada por dois homens, que a chutaram nas costas e nas pernas. Ao tentar ajudar a companheira, Leidiane também foi agredida. No início desta semana, a jovens procuraram o Centro de Cidadania LGBT, do programa Rio Sem Homofobia, onde receberam atendimento jurídico e psicológico. O advogado que as atendeu, orientou que elas fizessem a denúncia. Um registro de ocorrência foi feito no próprio Centro e será encaminhado à Polícia Civil.

Do Globo