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Sargento Isidório diz que casal gay em novela é “nojeira” e GGB rebate

Genilson Coutinho,
12/03/2015 | 20h03

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O deputado Pastor Isidório (PSC) fez um discurso ontem na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) em que afirmou que a existência de casais homossexuais agride à família de Deus, que é formada por um homem e uma mulher. Ele disse ainda que a mídia brasileira busca tornar o Brasil um prostíbulo.

“Ninguém é obrigado a ver essas nojeiras (casais gays) na sala da própria casa. toda novela tem essa sujeira agora”, afirmou Isidório. Ele criticou diretamente as atrizes Fernanda Montenegro e Natália Timberg, que viverão um casal gay em “Babilônia”, nova novelas das 21h da TV Globo. “Duas senhoras de idade se submetendo a esse papel, essa coisa suja. Querer incentivar idosos de bem a serem gays em uma novela? Já estão fazendo a cabeça dos jovens, agora querem fazer a cabeça dos velhos. A vovó gay, o vovô gay”, criticou.

A fala de Isidório foi repudiada pela deputada Fabíola Mansur (PSB), que subiu na tribuna em seguida – antes, ela já havia elogiado a iniciativa da Globo em exibir um relacionamento homoafetivo na terceira idade. “Defendo a Constituição, o amor. E a Constituição garante direitos iguais à toda população. Não entrarei nessa guerra de heterossexual x homossexual. Quero apenas que todas as pessoas sejam respeitadas igualmente”, disse a deputada.

Nesta quinta-feira, um dia depois do episódio, o Grupo Gay da Bahia rebateu a fala de Isidório e enviou uma nota de denúncia ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) sobre o caso. Para Marcelo Cerqueira, presidente da entidade, é um absurdo que um deputado pago com dinheiro público use seu tempo para fazer discursos de teor preconceituoso. Na nota, o GGB critica o discurso de Isidório, classificado de “agressivo” e “virulento”.

“O GGB solicitou uma copia do áudio visual com o pronunciamento do deputado para fazer uma analise do perfil do parlamentar e responder seus ataques a uma população que possui direitos e deveres, paga seus impostos , sendo inadmissível que um parlamentar utilize um espaço democrático e social como a Casa Legislativa para semear ódio, preconceito e intolerância, já que seu mandato é patrocinado pelo dinheiro público dos impostos de todos os cidadãos”, diz o texto.

A entidade pretende enviar uma cópia da fala de Isidório para o COnselho Nacional de Justiça do Supremo Tribunal Federal (STF) e também vai pedir a deputado Marcelo Nilo, presidente da AL-BA, que instaure processo junto ao Conselho de Ética da Casa para investigar a conduta do deputado.