Música

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Salvador recebe projeto Nivea Viva Rock Brasil neste domingo (22)

Genilson Coutinho,
20/05/2016 | 13h05

Foto: Folhape

Em 2016 o projeto NIVEA VIVA entrou no espírito do rock reunindo vários ícones desse gênero que há 60 anos contagia o país. No espetáculo NIVEA VIVA Rock Brasil,que desembarca em Salvador no dia 22 de maio, Nando Reis, Paula Toller e o grupo Os Paralamas do Sucesso se unem a uma super banda formada por Dado Villa-Lobos (guitarrista da banda Legião Urbana), Maurício Barros (tecladista do grupo Barão Vermelho), Rodrigo Suricato (voz, guitarra e violão da banda Suricato, uma das revelações recentes do rock brasileiro) e Milton Guedes (gaitista e saxofonista que também integrou a banda de Lulu Santos) para fazer uma antologia do gênero, em show arquitetado pela diretora geral Monique Gardenberg. O mais importante e atuante produtor de discos de rock do Brasil ao longo das últimas décadas e baixista de uma das formações dos Mutantes, Liminha assina a direção musical do espetáculo e também assume o instrumento na turnê. A cantora Pitty, que fazia parte do elenco do projeto, está grávida e deverá manter repouso seguindo recomendação médica. Por conta disso, não participará das apresentações. Já Marjorie Estiano, convidada especial das edições do NIVEA VIVA Rock Brasil no Rio de Janeiro e Recife, repetirá a dose nos próximos shows.

Após passar por Porto Alegre, Rio de Janeiro e Recife (com público estimado em 110, 145 e 100 mil pessoas, respectivamente), o espetáculo acontece no dia 22 de maio, a partir de 17h, na Praça Wilson Lins (Antigo Clube Português – Pituba). Na sequência, segue para Brasília (DF) e São Paulo (SP) –, sempre em apresentações gratuitas e ao ar livre.  “Vamos apresentar um tributo a um gênero enraizado na cultura do país. O rock brasileiro é único e autêntico, capaz de transitar facilmente por todas as gerações por meio de um show com um repertório incrível, um presente da NIVEA para todas as famílias do Brasil”, conceitua Tatiana Ponce, diretora de marketing daNIVEA BRASIL.

Criado pelo jornalista Hugo Sukman, o roteiro do show tem como ponto inicial o repertório de Celly Campello (1942 – 2003), cantora paulista que alcançou picos de popularidade entre 1958 e 1960, primeira estrela do então nascente universo pop brasileiro. “O repertório passa também pela Jovem Guarda, Mutantes, Caetano Veloso,Gilberto Gil, Rita Lee, Raul Seixas, a geração de 1980, as bandas dos anos 1990 (Raimundos, Nação Zumbi, Charlie Brown Jr.), Los Hermanos e vai até os anos 2000″, lista Monique Gardenberg. “O show vai numa ordem cronológica. Alguns arranjos são surpreendentes, porque é sempre bacana surpreender a plateia. Mas deixei várias músicas com a cara original, porque o público gosta de ouvir as músicas nos shows do jeito que elas são”, ressalta Liminha.

Uma das liberdades estilísticas preparadas pelo diretor musical pode ser vista logo no bloco inicial do show. Sucesso de Celly Campello em 1960, Banho de lua (Franco Migliacci e Bruno de Filippi em versão em português de Fred Jorge) ganhou o arranjo psicodélico da gravação dos Mutantes, de 1969. Cantado por Paula Toller eNando Reis, o clássico antecede músicas da Jovem Guarda. É proibido fumar (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1964) integra medley formado por outros hits das jovens tardes dominicais dos anos 1960. “O arranjo desse medley embute alusões a músicas da dupla norte-americana The White Stripes e do grupo mineiro Skank“, revela o diretor musical. “Estou me divertindo muito. Esse show é garantia de diversão no palco e na plateia”, aposta.

Em seguida, o show lembra a importância da Tropicália, o movimento antropofágico arquitetado em 1967 sob a liderança de Caetano Veloso e Gilberto Gil. “O grupo inseriu a guitarra, símbolo do rock, na música brasileira”, sintetiza Liminha. Parceria de Caetano com Gil, Panis et circenses (1968) foi a música escolhida para celebrar o legado dos tropicalistas. Já o grupo Os Mutantes vai ser lembrado com uma das canções mais populares de um repertório pautado por experimentações: Ando meio desligado (1969), parceria dos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias com Rita Lee.

Representante do rock brasileiro no mainstream dos anos 1970, década em que o gênero foi mais cultuado no circuito underground, Rita Lee é também reverenciada comAgora só falta você (Rita Lee e Luiz Carlini, 1975) – sucesso da fase da artista com o grupo Tutti Frutti – e com Ovelha negra (1975). Cabe a Paula Toller dar voz a esse hino, um clássico entre os clássicos de Rita.

Nando Reis dá voz a um standard do cancioneiro de Raul Seixas (1945 – 1989), cantor e compositor baiano que, ao lado de Rita, manteve hasteada a bandeira do rock em alto patamar artístico ao longo da década de 1970. Nando vai cantar Gita (1974), parceria de Raul com Paulo Coelho. “Os cantores amam fazer shows como esse pela oportunidade de poder cantar músicas de outros artistas. E o Nando Reis tem forte identidade vocal”, ressalta Liminha.

Para celebrar a áurea década de 1980, Herbert Vianna vai faz dueto com Nando Reis em sucesso da banda TitãsMarvin (Ronald Dumbar e General Johnson em versão em português de Sergio Britto e Nando Reis, 1984) – e, na sequência, lidera a cena para interpretar dois grandes hits da fase inicial do trio Os Paralamas do Sucesso, Óculos e Meu erro, ambos compostos por Herbert e lançados em 1984.

Nando Reis também exercita o lado de intérprete com músicas como A dois passos do paraíso (Evandro Mesquita e Ricardo Barreto, 1983), grande sucesso da bandas Blitz, em cujo arranjo Liminha inseriu uma citação de Vamos fugir (1984), o reggae que compôs com Gilberto Gil e que foi lançado com sucesso na voz do baiano, sendo regravado 20 anos depois pelo grupo Skank.

No bloco dedicado às bandas surgidas a partir da década de 1990, Paula Toller canta pela primeira vez um dos hits da banda mineira, Vou deixar (Samuel Rosa e Chico Amaral, 2003). É quando o guitarrista Dado Villa-Lobos assume o microfone para cantar Anna Julia (Marcelo Camelo, 1999).

Entre várias outras surpresas, o show do projeto NIVEA VIVA ROCK BRASIL encerra em clima de festa com a interpretação de O último romântico (Lulu Santos,Antônio Cícero e Sérgio Souza, 1984), Pro dia nascer feliz (Cazuza e Frejat, 1983) e Do seu lado (Nando Reis, 2003), sucessos de Lulu Santos, Barão Vermelho eJota Quest, respectivamente, concluindo a celebração do rock made in Brasil, com a identidade e com elementos da cultura pop do país.

Em sua primeira edição, o projeto NIVEA VIVA reverenciou, em 2012, a MPB da cantora Elis Regina (1945–1982) na voz de sua filha Maria Rita. No ano seguinte, foi a vez de relembrar a bossa sempre nova de Antonio Carlos Jobim (1927–1994) através do canto moderno de Vanessa da Mata. Já a terceira edição abriu, em 2014, as comemorações pelo centenário do samba reunindo Alcione, Diogo Nogueira, Martinho da Vila e Roberta Sá. A quarta e última edição celebrou, em 2015, o universo do soul e funk nacional com homenagem ao carioca Tim Maia (1942–1998) prestada pelos cantores Criolo e Ivete Sangalo (cancelado em Salvador por conta das fortes chuvas). Ao lembrar o rock brasileiro em sua quinta edição, a NIVEA reafirma o compromisso nacional de revitalizar o rico legado da música produzida no Brasil com um show que vai mostrar que, há 60 anos, ninguém fica imune ao gênero musical mais popular no mundo e promete, música para sentir na pele.

Agenda NIVEA VIVA Rock Brasil – NIVEAVIVAROCKBrasil.com.br

 SALVADOR

22 de maio (domingo), às 17h

Praça Wilson Lins

Av.Octávio Mangabeira, 1113 – Pituba

 BRASÍLIA

5 de junho (domingo), às 17h

Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek

Praça das Fontes

Asa Sul de Brasília – estacionamento 9 – acesso 906/7 Sul – Brasília – DF

 SÃO PAULO

26 de junho (domingo), às 16h30

Praça Heróis da FEB

Av. Santos Dumont – Santana – São Paulo – SP