Salvador recebe 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, de 13 a 18 de dezembro

Genilson Coutinho,
11/12/2013 | 15h12

A 8ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Cultura, vai exibir 38 filmes em formato digital por todo o território nacional, entre os dias 26 de novembro e 22 de dezembro. Em Salvador, o evento acontece de 13 a 18 de dezembro, com exibição gratuita de filmes que se dividem nas categorias: “Mostra Competitiva de longas, médias e curtas”, em que as plateias elegem os melhores filmes através de uma votação, “Mostra Homenagem – Vladimir Carvalho” e “Mostra Cinema Indígena”.

Iniciada em dezembro de 2006, em alusão ao aniversário da Declaração dos Direitos Humanos, a 8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma produção da Universidade Federal Fluminense (UFF), através do Departamento de Cinema e Vídeo, com apoio da OEI, UNIC-RIO, CTAv, EBC e patrocínio da Petrobras e BNDES. “Nossa proposta é utilizar a linguagem cinematográfica para estabelecer um diálogo direto com a população. A Mostra tem o importante papel de disseminar e fortalecer a educação e a cultura em Direitos Humanos, especialmente de forma a alcançar os setores historicamente excluídos ou com menos acesso a bens culturais, tratando do enfrentamento a todas as formas de violações de direitos”, assinala a ministra de Estado-Chefe de Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes.

– Mostra Competitiva de longas, médias e curtas

Com mais de 150 inscrições, a curadoria da Mostra Competitiva, formada pelo cineasta Francisco Cesar Filho e estudantes da UFF, escolheu 24 filmes de diferentes países da América do Sul, sendo 13 longas, 07 médias e 04 curtas. Os filmes selecionados abordam livre e criativamente diversos temas relacionados aos Direitos Humanos, como inclusão das pessoas com deficiência, diversidade sexual, direito à memória e à verdade, população de rua, preconceito racial, direito ao trabalho digno, entre outros, sempre primando pela qualidade cinematográfica. Com um foco em comum: o fortalecimento da educação e a da cultura em Direitos Humanos, o respeito às diversidades, o exercício da cidadania, o compartilhamento da responsabilidade social e o agenciamento coletivo de forças afirmativas da dignidade humana. Unindo originalidade estética e apuro técnico, a Mostra conduz assim o debate crítico, político e transversal que o tema enseja.

– Mostra Homenagem – Vladimir Carvalho

Nascido em Itabaiana, na Paraíba, e radicado em Brasília, Vladimir Carvalho fez do cinema uma forma de pensar e intervir no mundo. Nos últimos 50 anos, dirigiu filmes sempre implicados com os destinos do país e de seu povo. Como poucos, Vladimir fez do documentário um ato político e frequentemente poético. Nesta homenagem, cinco de seus mais de 20 filmes serão apresentados: Conterrâneos Velhos de Guerra (1991); Brasília Segundo Feldman (1979); O País de São Saruê (1971); Barra 68 – Sem Perder a Ternura (2001); O Evangelho Segundo Teotônio (1984).

– Mostra Cinema Indígena

Nos últimos anos, a produção imagética realizada por cineastas indígenas cresceu no país, marcada por abordagens estéticas e políticas. O cinema desses realizadores contribui para o fortalecimento das lutas pelos Direitos Humanos dos indígenas. Os quatro filmes escolhidos pela curadoria para a 8ª MCDH na América do Sul são exemplares contundentes da renovação de sua luta política a partir da apropriação da tecnologia por diversas etnias que constituem os povos indígenas no Brasil.

Além dos filmes constituintes de cada categoria, serão exibidos títulos convidados, compondo o Programa Especial, como é o caso do documentário produzido pela SDH – Paredes invisíveis: Hanseníase Região Norte – e dos filmes produzidos pela ONU: Os Descendentes do Jaguar, Transformer: AK, Colombia: Wayuu “Gold” e Argentina: Dreaming of a Clean River.

Com patrocínio da OEI, a Mostra também deixa como legado processual o projeto Inventar com a Diferença, que tem como proposta a capacitação e acompanhamento de educadores de escolas públicas em todas as capitais do país para desenvolvimento de trabalhos audiovisuais em torno da temática dos direitos humanos. A ação paralela, que continua a se desenrolar mesmo após à Mostra, traz em si uma pergunta norteadora: como é possível produzir uma imagem que está à altura estética da experiência de vida das pessoas? Assim, a partir da potência do cinema, propõe exercícios que deslocam o olhar das crianças em direção ao outro, no esforço de inscrever sons e imagens que exprimam formas singulares de estar no mundo. O trabalho realizado nas escolas culminará com a apresentação dos vídeos na 9ª edição da Mostra, revelando um ciclo de continuidade entre as salas de cinema e de aula, a experiência pedagógica, a fruição da arte e a construção identitária.

 PROGRAMAÇÃO

Salvador (BA) de 13 a 18 de dezembro

Sala Walter da Silveira

R. General Labatut, 27 | Subsolo – Barris

(71) 3116-8120

13 de Dezembro

18h ABERTURA

A onda traz, o vento leva (28’) – Uma história de amor e fúria (75’)

14 de Dezembro

14h –  Codinome Beija-Flor (16’) – Repare bem (95’)

16h –  O prisioneiro (24’) – Ilegal.co (70’)

18h –  Kene Yuxi, as voltas do Kene (48’)

20h –  Conterrâneos velhos de guerra (153’)

15 de Dezembro

14h –  Caixa d´água: Qui-lombo é esse? (25’) – Doméstica (75’)

16h –  Brasília segundo Feldman (22’) – O país de São Saruê (80’)

18h –  As hipermulheres (80’)

20h –  Transformer AK-47s into gruitars (5’) – Colombia: Wayuu “Gold” (9’) – Argentina: Dreaming of a clean river (6’) – Los descendientes del jaguar (29’) – Paredes invisíveis: Hanseníase região Norte (37’)

16 de Dezembro

14h – Malunguinho (15’) – Paralelo 10 (87’)

16h –  Silêncio (12’) – Sibila (95’)

18h –  Leve-me pra sair (19’) – Kátia (74’)

20h –  Quando a casa é a rua (35’) – Em busca de um lugar comum (80’)

17 de Dezembro

14h –  Caíto (70’)

16h –  Os dias com ele (107’)

18h –  O evangelho segundo Teotônio (85’)

20h –  Acalanto (23’) – As Iracemas (84’)

 

18 de Dezembro

10h –  Barra 68 – Sem perder a ternura (82’)

14h –  Maio, nosso maio (12’) – Insurgentes (83’)

16h –  Carga viva (18’) – A cidade é uma só (73’)

18h –  Bicicletas de Nhanderu (48’) – PI’ÕNHITSI – Mulheres xavantes sem nome (54’)

 SERVIÇO:

8ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Local: Sala Walter da Silveira

Data: de 13 a 18 de dezembro

Entrada Franca

Classificação: Consultar programação no local.

Acesso para pessoas com deficiência