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Saladearte Cinema do Museu será ocupada por companhia de teatro

Genilson Coutinho,
07/03/2016 | 14h03

Djalma Thürler, diretor teatral (Foto: Genilson Coutinho)

Até junho os amantes da sétima arte terão companhia e, sem dúvida, mais um motivo para frequentar o Cinema do Museu. Até junho a Saladearte, localizada no Corredor da Vitória, recebe o projeto Mínimos Óbvios – O cinema, A cena – criação, (in)formação, discussão e carnavalização da ATelie voadOR – Cia de teatro.

O projeto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia e levará ao espaço uma programação extensa e gratuita voltada, principalmente, para o fortalecimento do trabalho do ator e de sua relação com outras linguagens artísticas. “O ‘Mínimos Óbvios’ nasce assim, para misturar as pessoas, criar uma agenda de encontros, esbarrões para fazer aquilo que a gente mais gosta, Arte.”, define Djalma Thüler, diretor geral do projeto e diretor artístico da ATelie voadOR.

O lançamento do Mínimos Óbvios, no dia oito de março, trará a Salvador um dos maiores diretores de teatro do país, o também ator e dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa. Um dos mais importantes diretores teatrais do país, Zé Celso fundou em 1958 o Teatro Oficina, hoje Oficina Uzyna Uzona, conhecido por sua enorme irreverência, reflexo da personalidade artística e inovadora do seu criador. O grupo já recebeu mais de vinte prêmios no Brasil e no mundo e construiu um dos percursos mais originais dos palcos brasileiros. Na ocasião o dramaturgo paulista apresentará uma Des+conferência #Maguynna, uma conversa performática que dará o tom de celebração do projeto. Segundo Thüler a escolha foi baseada no afeto e na proximidade do trabalho do dramaturgo com a proposta da ocupação: “O Zé é uma louca inspiração, é quem mais celebra o teatro como potência do encontro.”, resume.

Atores da companhia de teatro ATeliê VoadoOR ocupam Cinema do Museu de março a junho (Foto: Divulgação)

A ocupação terá diversos eixos artísticos, desenvolvidos ao mesmo tempo, compartilhando o espaço da Saladearte. Serão três oficinas teatrais, uma mostra de cinema, mesas de debate além de apresentações de cenas curtas e leituras dramáticas. Para estas últimas a companhia formou um banco de atores. Doze profissionais vão trabalhar com diretores de seis importantes companhias de teatro baiano: Amanda Maia (Viansatã), Diego Pinheiro (Teatro Base), Djalma Thürler (ATeliê VoadOR), Jorge Alencar (Dimenti), Lelo Filho (Companhia Baiana de Patifaria) e Luiz Antônio Junior ( A Outra Cia). Além disso também serão dirigidos por alunos do curso de direção teatral da Universidade Federal da Bahia em leituras dramáticas de textos do ATelie voadOR. Todos os processos, inclusive os ensaios, serão abertos ao público. Uma ação que, segundo os coordenadores, tem a intenção de provocar e aproximar o público dos artistas. “A princípio essa ocupação vai causar um certo estranhamento e ao mesmo tempo uma surpresa. Depois uma interação do público com os atores, os diretores, com as cenas. A intenção é essa.”, explica o ator e produtor Duda Woyda, que coordena a ação.

O resultado de todo este trabalho será apresentado em celebrações musicais e performáticas: as Carnavalizações. “Serão pontos de encontro festivos entre artistas e também com o público durante os meses de ocupação que vão funcionar como um grande sarau, com apresentações musicais e performances que seguem essa linha de diálogo entre teatro e cinema.”, explica Talis Castro, responsável pela ação que acontecerá quinzenalmente às sextas feiras.

O projeto é uma produção da ATelie voadOR Companhia de teatro. Criada no Rio de Janeiro em 2002 a companhia está erradicada em Salvador desde 2009 e se define como um encontro que vai além de um coletivo de atores reunidos para criar espetáculos teatrais. A busca é pela construção de um pensamento estético e político diante das ideias. Desde a criação a Companhia já viajou o país e o mundo com espetáculos premiados como O Diário de Genet, o musical Coral: uma etno(cena)grafia, Salmo 91, O melhor do homem e Três cigarros & a Última Lasanha (2015).

Mínimos Óbvios tem direção geral de Djalma Thüler, diretor artístico da ATelie voadOR e coordenação de Duda Woyda, Marcus Lobo, Rafael Medrado e Talis Castro, que também integram a companhia. Segundo Thüler a expectativa é de uma ocupação fértil para a construção de afetos e muita celebração. “Eu quero ver meus colegas dirigindo pessoas diferentes, outros colegas atuando; carnavalizarmos juntos e celebrar o encontro.”, completa.

Serviço
Ocupação artística “Mínimos Óbvios – O cinema, A cena – criação, (in)formação, discussão e carnavalização”
Data: 8 de março a 15 de junho
Local: Cinema do Museu (Avenida Sete de setembro, 2195, Corredor da Vitória)
Horário da estreia: 19h
Entrada gratuita

Atividades/ ações – de 08 de março a 15 de junho de 2016.