Sala VIP

Sala Vip: “Hoje trabalho porque gosto”, diz Jean Desterro

Genilson Coutinho,
14/09/2015 | 12h09

jean234

Quem observa o estudante de engenharia elétrica Jean Desterro (24), nos corredores da faculdade não imagina que aquele rapaz, aparentemente tímido, é um dos grandes strippers de Salvador e do Brasil. E que aquela timidez não acompanha ele durante as apresentações em festa fechadas, clubs e eventos em que ele costuma despertar o imaginário de meninas e rapazes com sua beleza e habilidades para movimentar o corpinho todo trabalhado. Mas esquecendo um pouco o lado de fora do boy, a equipe do Dois Terços ficou curiosa pelo que se passa dentro da cabeça de Desterro. Se você também ficou, confira agora nessa entrevista super especial.

Dois Terços – Quando você resolveu encarar a profissão de gogo boy?

Jean Desterro – Sempre gostei de ser independente. Lembro que, por escolha própria, comecei a trabalhar aos 14 anos como menor aprendiz. Comecei a fazer parte deste universo no período em que estava fazendo curso técnico de mecatrônica, período integral, e não tinha tempo para trabalhar. Por indicação de um amigo, comecei fazendo eventos de tequila em boates aos finais de semana. Logo em seguida, eventos de gogo dancer e stripper. Família e amigos próximos me apoiaram. São pessoas nas quais confio, portanto, sou aberto com eles. Em relação aos amigos “de fora”, para alguns, eu sou garoto de programa; para outros, ator pornô e por aí vai…

 DT – Você dança em diversos clubes, inclusive nos clubes gays . Como você lida com o assedio dos rapazes?

JD – Trabalho para todos os públicos. Meu trabalho consiste desde despedidas de solteiras para mulheres até boates gays. Trato todos da mesma maneira. Independente do sexo, sempre imponho limites quando o assunto é trabalho, pois gosto de me dar ao respeito e ser respeitado; claro, sem  deixar de ser educado, atencioso.

DT – Como é a rotina para manter a forma física?

JD – Ultimamente, venho fazendo acompanhamento com uma equipe de profissionais a fim de alcançar melhores resultados de saúde e estética.

Malho 5 vezes ao dia: musculação mais aeróbico, tentando sempre manter uma dieta equilibrada.

DT – Você topa dançar em qualquer tipo de festa ou tem preferência?

JD – Danço em despedidas de solteiras, casamentos, formaturas, boates. Graças a Deus, sou recebido sempre com muito carinho por todos, não tenho distinção de melhor ambiente, apenas feliz de ter a oportunidade de trabalhar com isso e agradecido pelo carinho e reconhecimento do público.

DT – E financeiramente?  Vale a pena toda essa correria?

JD – Se eu trabalhasse apenas com eventos, não valeria. Em Salvador, apesar da carência de festas com esse tipo de entretenimento, o mercado é fraco e as pessoas ainda possuem a “mente fechada”. Trabalho de segunda a sexta, como estagiário de engenharia, e aos finais de semana consigo tirar um extra com esses eventos. Posso dizer que comecei a trabalhar como dancer porque precisava e hoje trabalho porque gosto.