Rohmanelli inaugura nova fase e revela single de próximo disco com o clipe “Não me ligue mais”
Uma ruptura com o passado e um olhar para o futuro marcam o novo single e clipe do cantor italiano Rohmanelli. Radicado no Brasil há mais de 20 anos, ele prepara o lançamento do primeiro volume de seu próximo álbum, “[Brazil’ejru]”, para o dia 29/09 após três anos de produção e participação de variados artistas. É o caso de “Não me ligue mais”, faixa que recebe os convidados Renata Swoboda e Wagner Éffe, este último também compositor ao lado de Rohmanelli. A música já está disponível para audição nas plataformas e o clipe, no canal de YouTube do artista.
Assista a “Não me ligue mais”: https://youtu.be/hCEaH0nbXzU
Ouça: https://smarturl.it/NaoMeLigueMaisSingle
Pronto para dar um novo passo em sua carreira musical, Rohmanelli vai lançar, pela primeira vez, um disco inteiramente em português – daí o título inspirado na representação fonética da palavra “brasileiro”. A letra de “Não me ligue mais” foi, inclusive, influenciada pela morte de um dos grandes nomes do cenário nacional, embora musicalmente a identidade da faixa seja amplamente voltada para o pop e eletrônica com inspiração oitentista.
“Essa é uma declaração de cansaço que escrevi no dia da morte do cantor e compositor Belchior. Me senti muito solidário com ele e com sua escolha de largar tudo e ficar longe dos holofotes e do barulho. Acho que cada um pode se identificar com esse sentimento, mais ainda agora com tanta pressão nas redes sociais, telefone, mídia, é uma solicitação constante de todos os lados e nem sempre de qualidade… Mas pode ser também o cansaço por uma relação abusiva, penso nas muitas mulheres que sofrem violência em casa e não conseguem se livrar desses ex-maridos ou ex-namorados mesmo quando mudam de endereço, telefone, etc… Enfim, acho que qualquer pessoa que queira recomeçar sua vida de uma forma mais humana, sem ódio e agressões, pode se reconhecer nela, espero”, reflete Rohmanelli.
O clipe, dirigido por Bruno Ropelato, se distancia de uma interpretação meramente romântica para a letra. A ideia era propor uma sensação de suspensão, de algo sem tempo e espaço, um lugar indefinido onde fosse possível exorcizar o mal estar provocado pelas demandas online. A estética caminha entre um clima de anos 90, mas ao mesmo tempo contemporâneo em que os três artistas – Rohmanelli, Renata Swoboda e Wagner Éffe – dialogam mesmo estando fisicamente distantes, já que a gravação aconteceu durante a pandemia do coronavírus.
Esta é a terceira música inédita de Rohmanelli lançada este ano, e vem para antecipar um pouco do conceito de seu próximo disco. “Apesar de ser a mais pop, aparentemente a menos ‘brasileira’ do álbum, ela tem um pathos tão grande, uma intensidade e uma paixão tão verdadeiras e viscerais que bem representa a minha identidade, meio italiana e meio brasileira. Acho que sintetiza bem todos esses mundos opostos que represento: pop e lírica, Brasil e Itália, anos 80 e cultura urbana e pop”, analisa.
Usar a música como forma de questionar padrões sexuais, amorosos, políticos e religiosos faz parte do discurso forte na arte de Rohmanelli. Reinvenção é palavra-chave no trabalho do artista que começou sua carreira na música em 2014, com a banda Vita Balera. O projeto explorava o rock alternativo com letras em italiano e chegou a lançar um EP homônimo. Antes disso, ele estudou música erudita e canto lírico. Após o fim da banda, focou no seu projeto solo de música eletrônica alternativa ao lado do produtor e músico argentino Jeronimo Gonzalez.
Foi aí que nasceu Rohmanelli, unindo estética, figurino, letra e música. Em 2016, ele lançou sua estreia com o álbum “Anomalous”, um trabalho conceitual que trafegava entre o português, inglês e italiano e que gerou sete videoclipes. Em 2018, Rohmanelli lançou “Fanatismi”, um álbum em italiano e muito mais maduro, reunindo experiências e parcerias adquiridas nos primeiros momentos da carreira. Desde então, suas composições passaram pelas mãos de DJs, produtores e músicos do Brasil, da América do Sul e da Europa.
Seus lançamentos mais recentes, incluindo este single, são um novo passo nessa sonoridade que une influências do punk, da eletrônica, do rock e do pop. É o que Rohmanelli chama de “transpop”, uma musicalidade sem barreiras de gêneros e idiomas. Agora, ele se prepara para lançar um trabalho refletindo suas duas décadas vivendo no país. Intitulado “[Brazilejru]”, o álbum contará com as já lançadas “Macho Discreto”, “Toneaí” e “Do jeito que o mundo está”.
Ficha técnica
Produção da música Binho Manenti e Rohmanelli
Mix e master Rafael Pfleger (Pimenta Studios)
Participações Renata Swoboda e Wagner Éffe
Produção clipe: Direção, edição e roteiro Bruno Ropelato
Produção Bruno Ropelato e Rohmanelli
Make up e figurino Ricardo Saugo
Participações Renata Swoboda e Wagner Éffe
Letra
Não me ligue mais
Eu estarei lá atrás
No quintal da minha vida
encarando a parede vazia
Não me ligue mais
Pois onde se quer esquecer
nenhum ruído faz sentido
Nenhum sentido faz meu coração querer
cansei da dor de todo dia
cansei da vida tal qual a conheci
Cansei de tanta hipocrisia
Cansei de morrer um pouco a cada sim
Não me ligue mais
Eu estarei lá atrás
No quintal da minha vida
encarando a parede vazia
Não me ligue mais
Deixe-me só, por favor, sozinho
Morando no silêncio
enquanto berram todos meus vizinhos
cansei da dor de todo dia
cansei da vida tal qual a conheci
Cansei de tanta hipocrisia
Cansei de morrer um pouco a cada sim
Cansei de tantas fantasias
cansei da vida tal qual a conheci
cansei da dor de todo dia
Cansei de morrer um pouco a cada sim
Por isso não me ligue mais
Já não há mais galos, noites e quintais
Não me ligue mais
Já não há mais galos, noites e quintais
Não me ligue mais
aliás
não ligue mais pra mim.