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Público gay impulsiona venda de viagens e movimenta US$ 3 trilhões por ano

Genilson Coutinho,
21/09/2016 | 09h09

Jorge Gauthier e Fernando Sandes no debate sobre turismo LGBT Foto: Evandro Veiga

Dinheiro rompe preconceitos e estar conectado também. Essa foi a tônica da discussão do Agenda Bahia de ontem, que abriu espaço para a discussão do turismo LGBT (lésbicas, gays, travestis, transexuais e transgêneros) com a participação do criador do site Viajay, o soteropolitano Fernando Sandes.

Em sua apresentação, Sandes destacou a movimentação de US$ 3 trilhões por ano com as viagens desse público – um mercado que cresce quase três vezes mais que o setor turístico por inteiro. Os números são da Organização Mundial do Turismo.

“Os gays têm alto poder de consumo, viajam quatro vezes mais que um casal heterossexual e quando viajam, gastam 30% a mais que um hetero”, disse. “Na crise europeia, foi o setor em que passaram a investir mais”, completou. A explicação para isso está em uma sigla: Dink (dupla renda, nenhum filho, do inglês).

Profissionais do turismo ouviram dicas do idealizador do Viajay, site lançado há quatro meses como um guia turístico segmentado e que estuda ampliar sua cartela de serviços com parcerias com empresas de turismo e entretenimento. As agências, segundo Sandes, devem prestar atenção nos mínimos detalhes – é um público exigente – e pensa na segurança de um viajante LGBT.

“Há mais de 70 países que criminalizam o LGBT e isso é triste e há casos até mesmo de países considerados gay-friendly (simpático à causa LGBT) que não recebem bem”, lamentou. Ontem, após o encerramento do fórum, representantes de agências de viagens, estudantes e empresários disputaram a troca de contatos com Sandes, buscando detalhes do seu negócio. “Recebemos conselhos para os negócios: seja inovador, seja lucrativo. Um pedido que eu faço na hora de tocar negócios é: seja humano também”.

Sandes respondeu perguntas da plateia em uma conversa mediada pelo editor do blog Me Salte, do CORREIO, Jorge Gauthier. Eles ressaltaram a importância do investimento em mídia para aproximar, com respeito às diversidades, as empresas do público gay.

Turista 3.0 espera por pacotes recheados de informação
O turista 3.0, que utiliza as ferramentas do mundo virtual para organizar suas viagens, não abre mão de informação para tomar as suas decisões. Em média, faz 40 visitas – vai a cinco portais diferentes, oito vezes em cada – antes de se decidir, conta o gerente de marketing para a América Latina da agência de viagens online Expedia, Fernando Botelho. “São pessoas muito bem informadas, que buscam conhecer tudo sobre o destino nas mais diversas fontes de informação”.

Ele acredita que o empreendedor precisa estar preparado para responder a qualquer pergunta dos usuários. De acordo com o criador do site Viajay, Fernando Sandes, 70% da audiência do seu site vem dos celulares. Ele ainda não criou um aplicativo para o Viajay, mas fez questão de se preocupar em desenhar um site considerado responsivo, que se adapta para visualização em diferentes tipos de telas.